Vale (VALE3): O que fazer com as ações após 1T24 ‘fraco’? Veja as recomendações de 8 casas
A Vale (VALE3) reportou resultados em linha com as expectativas do mercado no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Os números mais fracos eram amplamente esperados devido à queda no preço do minério de ferro, levando a uma realização de preço pior do que o normal.
Os analistas da XP Investimentos destacam que a valorização do real entre janeiro e março afetou negativamente os custos da mineradora. Os custos e despesas totais aumentaram 9%, pressionando o lucro operacional, e o custo caixa C1 de finos de minério de ferro foi de US$ 23,5 por tonelada.
Como destaque negativo, o analista da Empiricus Research, Henrique Cavalcante, aponta que, enquanto a receita de vendas ficou estável na comparação anual, com um aumento dos volumes compensando a queda de preço da commodity, o Ebitda ajustado apresentou queda anual de 11%, para US$ 3,3 bilhões. No fim, o lucro líquido ajustado caiu 9%, para US$ 1,7 bilhão.
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A Vale também comunicou as novas estimativas de desembolsos anuais referentes a Brumadinho e Mariana. A companhia espera pagar, no total, cifra em torno de US$ 14 bilhões, ante expectativa anterior de US$ 12 bilhões. “Representará um importante dreno de caixa nos próximos anos”, diz.
Do lado positivo, o ponto forte do resultado, por mais um trimestre, foi a geração de caixa livre da companhia. Foram US$ 2 bilhões no período, uma conversão de 57% do Ebitda, impulsionada por uma eficiente gestão do capital de giro.
Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, acredita que a recepção mais negativa dos resultados da Vale pelo mercado é explicada pela decepção nos custos e da revisão para cima do Capex em Serra Sul. “Ainda que não impacte o Capex esperado em 2024, pressionará a geração de caixa livre até o seu start-up no segundo semestre de 2026″, explica.
Às 11h00 do pregão desta quinta-feira (25), VALE3 recuava 2,09%, cotada a R$ 62,24.
O que esperar da mineradora nos próximos trimestres?
Para a XP, com os preços do minério de volta ao nível de US$ 110 a US$ 115 por tonelada e o dólar em real saltando para R$ 5,15, os resultados da Vale devem melhorar gradualmente nos próximos trimestres.
Além disso, eles acreditam que os atuais níveis da commodity implicam espaço para um valor atrativo de dividendos no segundo semestre do ano. “A assimetria positiva entre ação e commodities que vemos para a Vale proporciona uma margem de segurança, reforçando nossa postura positiva em relação ao nome”, ressalta.
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Já a Empiricus destaca que, do lado da oferta de minério, as mineradoras parecem ter espaço para elevar a produção se necessário e os estoques globais de aço estão saudáveis. Entretando, na demanda, a economia chinesa está em desaceleração e as exportações de aço em níveis historicamente elevados. “É um cenário que não nos traz o conforto necessário”, diz.
Já sobre os desafios internos da Vale, além da pressão política, a falta de visibilidade em relação ao montante final da indenização relacionada ao rompimento das barragens em Mariana e as novas condições dos contratos de concessão das ferrovias, que devem ser mais onerosas, reiteram a posição neutra.
Em concordância, a Ativa segue cética quanto à dinâmica dos preços do minério e, do lado corporativo, destaca que a companhia ainda não sabe quem será o próximo CEO. “Dado a continuidade das dúvidas frente à demanda chinesa e o real desembolso com Mariana, seguimos acreditando que os atuais múltiplos são aderentes ao cenário enfrentado”, afirma.
- O que fazer com as ações da Vale após o resultado do 1T24? Confira a análise de 2 especialistas no Giro do Mercado desta quinta-feira (25):
Veja as recomendações para as ações da Vale
Banco/Corretora | Ação/ADR | Recomendação | Preço-alvo | Potencial alta* |
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Ágora/Bradesco BBI | Ação | Compra | — | — |
Ativa | Ação | Neutro | R$ 75 | 18% |
BTG Pactual | ADR | Neutro | US$ 16 | 29% |
Empiricus Research | Ação | Neutro | — | — |
Safra | Ação | Outperform | R$ 86 | 35% |
Safra | ADR | Outperform | US$ 17,90 | 44% |
Santander | ADR | Outperform | US$ 19 | 53% |
XP Investimentos | Ação | Compra | R$ 82 | 29% |
*Com base no fechamento de 24 de abril de 2024, de R$ 63,56 para as ações e de US$ 12,37 para as ADRs