Vale (VALE3): O que esperar do balanço da mineradora no 1T25, segundo analistas

A Vale (VALE3), que divulga o balanço do primeiro trimestre nesta quinta-feira (24), após o fechamento do mercado, deve entregar um resultado pouco empolgante, segundo analistas.
O período que compreende o balanço foi marcado por preocupações persistentes com a China e a ausência de catalisadores no curto prazo, além da expectativa sobre os impactos da guerra comercial na economia global.
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A mineradora já indicou o que pode entregar no período ao reportar os dados de produção e vendas, com uma queda sazonal na produção de minério de ferro, impactada por um volume de chuvas acima do normal e questões como licenciamento e manutenção. A Vale, no entanto, conseguiu aumentar as vendas anuais de minério de ferro utilizando sua estratégia de estoques
De acordo com o BTG Pactual, a companhia deve ter um lucro líquido US$ 2,2 bilhões, revertendo o prejuízo de US$ 694 milhões registrado no trimestre imediatamente anterior e acima dos US$ 1,7 bilhão observados no mesmo período do ano passado.
O banco projeta receita líquida de US$ 8,4 bilhões, o que representa uma queda de 17% em relação ao trimestre anterior e de 1% na comparação anual. O Ebitda, excluindo os efeitos relacionados a Brumadinho, está estimado em US$ 3,2 bilhões, com retração de 23% na base trimestral e de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Apesar de continuarmos a ver avanços na tese micro da companhia — tanto operacionalmente quanto em relação à mitigação de riscos importantes nos últimos meses —, nossa visão cautelosa sobre o cenário de minério de ferro ainda sustenta nossa recomendação neutra”, disse o banco.
Segundo a Genial, a receita líquida da Vale deve chegar a US$ 8,1 bilhões, queda de 4% na base anual, enquanto o lucro líquido projetado é de US$ 777 milhões, uma queda de 54% em relação ao 1T24, mas revertendo o prejuízo do trimestre anterior.
Para o Bradesco BBI, o Ebitda ajustado da Vale deve cair 24% na comparação trimestral e 10% na base anual, atingindo US$ 3,1 bilhões. A receita líquida projetada é de US$ 8,13 bilhões, queda de 19,7% em relação ao quarto trimestre de 2024 e de 3,8% na comparação anual. O lucro líquido esperado pelo banco é de US$ 1,62 bilhão, revertendo o prejuízo de US$ 694 milhões registrado no 4T24, mas ainda 3,8% menor que o lucro do 1T24.
Produção da Vale
A Vale teve queda na produção no 1T25 tanto em relação ao 4T24 quanto ao 1T24, impactada por chuvas acima da média e entraves com licenciamento e manutenção. Ainda assim, aproveitando sua estratégia de gestão de estoques, a companhia conseguiu elevar os embarques em 3,6% na comparação anual, para 66,1 milhões de toneladas, apesar da queda de 18,5% no trimestre.
Os preços realizados foram pressionados por prêmios mais fracos para finos e pelotas, reflexo da menor oferta do Sistema Norte e da baixa disposição da China em pagar por qualidade. A estratégia da Vale de priorizar mix e precificação foi vista como prudente, embora o mercado ainda demande mais clareza.
Nos metais básicos, os embarques de cobre e níquel vieram 2% acima das estimativas, mas sem impacto relevante nos resultados.