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Vale (VALE3): Números sólidos de produção agradaram mercado? 6 analistas indicam o que fazer com papel agora

17 jul 2024, 13:16 - atualizado em 17 jul 2024, 13:16
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Vale reporta números sólidos em seu relatório de produção do 2T24, na avaliação de analistas (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

A Vale (VALE3) divulgou seu relatório de produção do segundo trimestre de 2024 (2T24) na terça-feira (16), com números considerados sólidos por analistas. No entanto, ainda pairam dúvidas sobre se os dados serão suficientes para mitigar a desconfiança do mercado, tendo em vista os preços fracos do minério de ferro, puxado pela China e a sucessão de um novo CEO ainda pendente.

A mineradora, produziu 80,5 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro no segundo trimestre de 2024, alta de 2,4% no ano e 13,8% no trimestre.

No relatório, explica que as minas S11D, no Pará, e Vargem Grande, em Minas Gerais, foram os grandes destaques, ajudando a impulsionar a alta da produção. Só o S11D produziu 19,5 Mt, recorde para um segundo trimestre.

A Vale está confiante que conseguirá bater o guidance (projeções) do minério de ferro com folga, com uma produção de até 320 milhões de toneladas no ano, o que é visto de maneira positiva por analistas.

As ações da companhia operam em queda no pregão desta quarta-feira (17), com recuo de 1,08%, a R$ 61,66, por volta de 13h10.

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Números da Vale agradaram?

Para o BTG Pactual, o relatório mostrou um progresso bem-vindo na base anual no S11D e apontam como “tranquilizador” a produção estável e os objetivos bem encaminhados.

“Notamos que os embarques de minério de ferro foram taticamente impulsionados por material de qualidade inferior (alto teor de sílica), o que impactou negativamente o preço médio realizado no trimestre (um pouco abaixo de nossas expectativas)”.

Os analistas veem a companhia preparada para um trimestre de lucros abaixo da média. “Esses números provavelmente não deverão reverter o clima negativo em relação às empresas de minério de ferro e às questões sobre os temas pendentes sobre a empresa irão se desenrolar. Permanecemos neutros”.

A Vale reporta seus resultados do segundo trimestre em 25 de julho.

Apesar de o banco enxergar algumas melhorias na história micro da Vale, preferem esperar por um pouco mais de visibilidade em alguns dos temas pendentes antes de mudar de visão, como o andamento do caso Samarco, comando da companhia, desempenho operacional e cenário na China.

“Do lado de valuation, ainda lutamos para ver um grande retorno, mas acreditamos que as ações permanecem descontadas em ~4x o EBITDA 24 e os rendimentos de dividendos próximos de ~10%”.

Para o Itaú BBA, os números do trimestre foram “OK”, dentro das estimativas para o período. O BBA tem indicação “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para VALE3.

Os analistas da casa seguem confortáveis com a estimativa de Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para o 2T24 de US$ 4,05 bilhões, tendo em vista que os preços realizados de minério de ferro mais fracos do que o esperado podem ser compensados por embarques de minério de ferro e preços realizados de cobre acima do esperado.

Já analistas da Ágora Investimentos ponderam que, embora a Vale tenha apresentado um sólido desempenho operacional, os preços realizados de minério de ferro e pelotas mais fracos do que o esperado representam um risco negativo para a estimativa de Ebtida para o 2T24 de US$ 4,1 bilhões.

“Com as ações da Vale apresentando desempenho inferior no acumulado do ano, o dilema de comprar as ações surgiu como uma discussão importante entre os investidores. Embora mantenhamos a recomendação de compra para VALE3, com base em seu valuation (4,2x o múltiplo EV/EBITDA para 2024), acreditamos que a visibilidade permanece baixa sobre potenciais catalisadores”.

Para o Santander, os resultados representam um risco positivo para o Ebtida consolidado do 2T24, de 6%. O banco mantém classificação outperform na Vale, top pick do banco no setor de Materiais Básicos na América Latina.

Os analistas do Safra veem que o Ebtida do 2T24 poderia se aproximar de ~US$ 3,96 bilhões após considerar as remessas e os valores de preço realizados para o trimestre, abaixo da previsão de ~US$4,1 bilhões.

Para o banco, o número abaixo do esperado em níquel e cobre de preços realizados e remessas, bem como a falta em remessas de pellets, deve” mais do que compensar os preços realizados de pelota acima de nossas estimativas”.

A produção de minério de ferro foi o destaque do trimestre na visão do Safra. Os números de segundo trimestre trazem flexibilidade para a companhia gerenciar a produção ao longo de 2024 sem arriscar seu guidance de produção de 310-320mt, avaliam.

Por outro lado, apontam a produção de níquel como o ponto fraco (-24% a/a), já que as paradas de manutenção planejadas mais do que compensaram o aumento do VBME.

O Safra tem recomendação outperfom para Vale, com preço-alvo de R$ 80.

O Goldman Sachs marcou a mercado Ebtida do 2T24 de US$ 4,1 bilhões para US$ 3,9 bilhões (-5%). O banco gringo mantém classificação de compra, mas reduziu o preço-alvo de US$ 16,0 para US$ 15,9.

No que os investidores estão de olho?

O Goldman Sachs chama atenção para dois pontos que parecem ter reduzido a exposição do investidor nacional à Vale:

  1. Pessimismo em torno do minério de ferro;
  2. Visão cautelosa sobre a dinâmica, enquanto os investidores internacionais também mantiveram baixa exposição devido a uma clara preferência por cobre dentro de metais e enquanto é aguardada resolução sobre o caso da Samarco.

“Acreditamos que esta baixa exposição dos investidores pressionou a avaliação múltiplos, mas que as razões para não investir acabarão por se tornar razões para comprar”, avaliam.

Isso porque tanto a Vale quanto a BHP indicaram publicamente estarem construtivos para um acordo final em torno da Samarco no curto prazo e os analistas acreditam que um bom suporte ao custo do minério de ferro combinado com elevadas exportações de aço e baixo uso de sucata na China poderiam apoiar o minério de ferro.

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