Vale (VALE3) não decepciona com balanço e ganha ‘empurrãozinho’ na bolsa; o que 4 analistas dizem sobre a ação?
Os resultados do quarto trimestre da Vale (VALE3) não decepcionaram, apesar da queda expressiva do lucro líquido por conta do reconhecimento de provisão extra de US$ 1,2 bilhão envolvendo o rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG), pertencente à Samarco.
Perto das 14h40, as ações da mineradora avançavam 1,10%, a R$ 67,96. Na máxima do dia até o momento, chegaram a valer R$ 69,07.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado proforma de US$ 6,7 bilhões foi o destaque do balanço, tendo vindo acima das estimativas do consenso. No entanto, o BTG Pactual aponta outros números positivos, incluindo:
- geração saudável de caixa de US$ 2,5 bilhões, para um yield anualizado de 16%;
- menores custos do minério de ferro; e
- resultados sólidos do segmento de cobre, apoiados nos fortes resultados de Salobo.
A provisão menor que o esperado para a Samarco também agradou. No fim, o montante provisionado pela Vale subiu a US$ 4,2 bilhões, contra os US$ 6,5 bilhões da BHP.
“Acreditamos ter sido uma abordagem sensata da administração (pensando nas negociações futuras)”, afirma o BTG, em relatório divulgado nesta sexta-feira (23).
O Itaú BBA acredita que a Vale pode anunciar novas provisões extras conforme as negociações avançam.
“Acreditamos que o cenário-base que os investidores estão atualmente considerando é algo em torno de US$ 3-4 bilhões”, comenta a instituição.
Na avaliação da Empiricus Research, o pior momento operacional da Vale parece ter ficado para trás. O analista Henrique Cavalcante ressalta que, mesmo com o elevado grau de incertezas com a direção da economia chinesa, a Vale “segue uma fortíssima geradora de caixa” com os preços atuais do minério de ferro, em torno de US$ 120/tonelada.
Além dos resultados trimestrais, a Vale anunciou o pagamento de R$ 2,73 por ação em dividendos.
- Vale anuncia dividendos de R$ 11 bilhões; mas lucro do 4T23 cai; O que fazer com as ações da mineradora neste cenário? Confira a recomendação do analista Henrique Cavalcante, da Empiricus Research, e saiba se vale a pena investir para receber uma ‘fatia’:
VALE3 está barata; é hora de comprar?
A Vale tem sido penalizada na bolsa por ruídos envolvendo a possibilidade de troca de CEO e contratempos operacionais (mais recentemente, o governo do Pará suspendeu licenças de duas minas da companhia).
Apesar do fluxo de notícias mais negativo, o time de análise do BTG acredita que a Vale irá aproveitar um ambiente operacional melhor em 2024. Além disso, o pessimismo já parece estar precificado nas ações.
O Bradesco BBI enxerga riscos limitados de queda para o minério de ferro, com preços estimados em média de US$ 130/tonelada no primeiro semestre de 2024 e US$ 120/tonelada em 2024.
Pelos cálculos da instituição, a Vale é negociada a 3,9 vezes múltiplo EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) para 2024, desconto “substancial” em relação aos pares de 25%, ante média histórica de 15%.
O BBI, assim como o BTG, têm recomendação de compra para as ações. VALE3 também tem essa classificação pela Empiricus.
O BBA tem recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo para o ADR (American Depositary Receipt) VALE de US$ 18.