Dividendos: Vale (VALE3) e mais duas elétricas que decepcionaram em 2024
As ações de dividendos tiveram bom desempenho em 2024, porém nem todas as companhias conseguiram entregar os recursos que os investidores esperavam.
No primeiro semestre, foram pagos R$ 77,64 bilhões, contra R$ 63 bi de 2023 e R$ 62 bi de 2022.
A pedido do Money Times, Vicente Guimarães, analista e fundador da VG Research, listou três papéis que pagaram menos que o previsto aos seus acionistas.
Veja abaixo:
Vale
A Vale (VALE3) não teve um bom desempenho em 2024. Além da queda do minério de ferro e da fraqueza da China, a empresa passou por uma mudança tumultuada para escolha do CEO, além de atritos com o governo para fechar o acordo de Mariana. Apesar disso, ambas as pendências estão resolvidas.
Segundo Guimarães, a companhia deverá entregar dividend yield em torno de 8% no ano de 2024, abaixo das expectativas iniciais, que giravam em torno de 12%.
“O principal motivo para esse resultado inferior é o cenário desafiador da economia chinesa ao longo de 2024, que impactou diretamente o desempenho do minério de ferro”.
Até novembro, a empresa havia pagado R$ 4,83 por ação, queda de 24% ante o mesmo período do ano passado.
A Vale que também costumava liderar as indicações de carteiras de dividendos caiu quatro posições no levantamento do Money Times de dezembro.
Taesa
Segundo ele, não se trata exatamente de uma decepção, mas quem estava acostumado com os dividendos extremamente elevados que a Taesa (TAEE11) distribuía há alguns anos pode ter se sentido um pouco desapontado em 2024.
Ele recorda que a empresa atravessa um período de investimentos mais intensos, o que levou sua alavancagem a atingir 4,x dívida líquida/Ebitda.
Em consequência disso, a Taesa anunciou em maio uma mudança na base de cálculo para o pagamento de dividendos, passando de 75% do lucro líquido IFRS para 75% do lucro Regulatório, que é mais baixo.
“Diante dessa nova realidade, a estimativa é que a Taesa encerre o ano de 2024 com um Dividend Yield em torno de 6%”.
Engie
A Engie (EGIE3), frequentemente considerada a “queridinha do mercado”, atravessa atualmente um intenso ciclo de investimentos, com previsão de encerrar o ano de 2024 investindo cerca de R$ 10 bilhões.
“Diante dessa maior necessidade de capital (capex), a administração optou por reduzir o payout para o patamar mínimo de 55%. Como consequência, a Engie deve encerrar 2024 apresentando um Dividend Yield em torno de 5%”.