Vale (VALE3): Mercado pegou pesado com as ações? Saiba o que fazer em meio a tombo de 27%
Mineradoras e siderúrgicas pagaram o preço pela quebra de expectativas quanto à retomada da segunda maior potência econômica do mundo. Dados mais fracos divulgados pela China ligaram um sinal de alerta nos mercados, que trataram logo de corrigir as estimativas mais otimistas para o minério de ferro – e, consequentemente, para as ações expostas à commodity.
Do pico dos US$ 130/tonelada, a matéria-prima siderúrgica chegou a ser negociada abaixo dos US$ 100/tonelada nas mínimas do ano, arrastando junto nomes fortemente dependentes pela sua dinâmica de oferta e demanda.
Porém, a queda de nenhuma outra ação brasileira do setor chama tanto a atenção quanto a de Vale (VALE3). Atualmente negociada na casa dos R$ 64, a mineradora acumula no ano uma desvalorização de 27,4%.
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Pessimismo “exagerado”
Pela leitura de analistas, os mercados parecem ter pesado um pouco a mão em relação às mineradoras e siderúrgicas. A Genial Investimentos, por exemplo, reconhece que o pessimismo recente foi “exagerado” – especialmente para Vale.
O analista Igor Guedes levanta duas principais razões para a onda de aversão sobre VALE3. Primeiro, o fato de o processo de reabertura chinesa pós-Covid ir na contramão do consenso (mais orientada a serviços, e não por bens).
“Na nossa cabeça, o consumidor está ávido para consumir após a reclusão da pandemia. […] Olhando para a China, o apetite continua sendo atrelado a serviços”, diz.
Outro ponto negativo citado pelo analista é o primeiro trimestre “muito fraco” da companhia. Guedes avalia que a produção não veio tão ruim, considerando a sazonalidade mais fraca. De acordo com ele, o problema maior está no fato de a Vale não ter conseguido vender a produção, que ficou presa no porto devido a este efeito sazonal maior.
Na avaliação de Guedes, a Vale terá dificuldade em cumprir seu guidance de 310-320 milhões de toneladas, tendo em vista o “estrago” do primeiro trimestre.
“É um gosto amargo que vai durar até o fim do ano”, afirma o especialista.
Apesar disso, a Genial avalia que a pior fase já passou, e a tendência é que a China comece a dar sinais de melhora por conta de incentivos às taxas de juros.
Ação de pagadora de dividendos barata
A Genial defende a tese madura da Vale, conhecida como uma das “vacas leiteiras” da Bolsa – ou seja, uma boa pagadora de dividendos.
Guedes reforça que, por mais que fizesse sentido a mineradora cair mais do que outros players do setor de mineração e siderurgia, dada a sua maior exposição ao minério de ferro, o mercado exagerou.
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“Vale continua sendo uma empresa muito boa. Continuará pagando dividend yield [rendimento de dividendos] bastante interessante”, destaca o analista. Com a queda nos últimos meses, a leitura da Genial é que a ação, mesmo com a curva do minério de ferro, pelo preço atual, está barata.
Guedes também lembra que o segundo semestre costuma ser sazonalmente mais forte para a Vale. Soma-se a isso o fate de as dinâmicas macro estarem mais favoráveis, com a perspectiva de corte de juros à frente.
Para a Empiricus Research, apostar em Vale neste momento parece oportuno para o investidor que olha para prazos mais alongados.
O analista João Piccioni, em live ao Giro do Mercado, afirma que a ação continuará barata “por um bom tempo”. Ele também acredita que seja inviável que os preços do minério de ferro caiam muito abaixo do patamar atual.
“A gente começaria a ver fechamentos de capacidade, empresas tirando o pé, justamente para tentar levantar o preço”, ressalta.
Para o Itaú BBA, que recentemente atualizou a tese de investimento de mineradoras e siderúrgicas, a Vale parece negociar com um desconto de aproximadamente 25-30% para as companhias de mineração australianas, acima da média histórica.
Além disso, a corretora estima um yield de fluxo de caixa “decente” de 10% para 2023, com quase todo o percentual sendo distribuído via dividendos e programas de recompra de ações.
A Vale está presente nas carteiras da Empiricus. Já Genial e BBA têm recomendação de compra para o nome. No caso do BBA, o rating é direcionado aos ADRs (American Depositary Receipts, certificados de ações emitidos nos Estados Unidos e com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias estrangeiras) da companhia, com preço-alvo de US$ 17 ao fim de 2023.