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Vale (VALE3) lucra US$ 2,4 bilhões no 3T24, queda de 15%, mas bate expectativas

24 out 2024, 20:59 - atualizado em 24 out 2024, 21:51
Vale
(Imagem: Facebook/Vale)

A Vale (VALE3) reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024, mostra relatório enviado ao mercado nesta quinta-feira (24), queda de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, o recuo foi de 13%.

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Apesar da baixa, o número ficou acima do consenso da Bloomberg, que esperava lucro de US$ 1,8 bilhão.

O Ebtida, que mede o resultado operacional, ajustado e profarma, caiu 21% no ano e 6% no trimestre, somando R$ 3,7 bi. Como o previsto, a linha sentiu os preços realizados de finos de minério de ferro menores e custos de frete maiores.

O resultado até poderia ter sido pior, não fosse a disparada da real. Por ser uma exportadora, a Vale se beneficia da desvalorização do real, já que a maior parte das suas receitas são em dólar. E por falar em receita, a companhia fechou a linha com US$ 9,5 bi, queda de 10%.

A mineradora divulga seu resultado após reportar produção de 90 milhões de toneladas métricas (Mt) de minério de ferro no terceiro trimestre de 2024, alta de 5,5% no ano e 13% no trimestre, desempenho elogiado por analistas.

No período, a companhia gerou US$ 179 milhões de fluxo de caixa. Houve impacto por um capital de giro negativo de US$ 570 milhões, explicado em grande parte por um aumento no contas a receber.

A dívida líquida aumentou em US$ 1,8 bilhão no trimestre, totalizando US$ 16,5 bilhões, devido, principalmente, a redução de caixa. O indicador dívida líquida/Ebitda ajustado recuou 17%, a 0,5 vezes.

Vale: Novo CEO e Mariana

O trimestre foi marcado pela resolução de dois problemas que atormentavam o seu acionista: a chegada de um novo CEO e a resolução da multa de Mariana. Gustavo Pimenta, que era CFO da companhia, assumiu em 1º de outubro, após uma longa disputa.

No comunicado, Pimenta afirmou que vai acelerar oferta de produtos de alta qualidade em minério de ferro, enquanto em metais básicos, “pretendemos continuar a crescer, principalmente em cobre”.

“Por fim, tenho o compromisso de aprimorar nossos relacionamentos institucionais, garantindo que iremos deixar um impacto positivo para as pessoas e o meio ambiente”.

E está previsto para amanhã, às 9h, a assinatura de acordo multibilionário com autoridades federais e estaduais para reparação e compensação pelo rompimento de barragem de rejeitos em Mariana (MG).

Segundo a companhia, a queda do lucro também foi puxado pelo potencial acordo definitivo pelo rompimento da barragem da Samarco. A companhia chegou a cifra R$ 170 bilhões para acertas as contas do desastre que vitimou 19 pessoas.

A mineradora havia informado que, e com base nas expectativas preliminares de saída de caixa, estimava que R$ 5,3 bilhões (US$ 956 milhões) seriam adicionados aos passivos associados à reparação de Mariana nos resultados do terceiro trimestre de 2024.

Guidance

A empresa também atualizou o guidance (projeção) prevendo custo menor da extração de cobre, que passou da faixa de US$/t 3.300-3.800 para US$/t 2.900 -3.300.

Em comunicado de setembro, a empresa tinha avisado que iria produzir mais neste ano, com elevação de suas estimativas para o volume de produção do minério de ferro e níquel.

O volume de produção estimado para o minério de ferro para 2024 ficou na faixa de 323 milhões a 330 milhões de toneladas, ante faixa de 310 milhões a 320 milhões de toneladas estimadas anteriormente.

A melhora reflete melhorias contínuas na estabilidade operacional e na confiabilidade dos ativos.

Já em relação ao níquel, a mineradora estima uma produção de 153 mil a 168 mil toneladas neste ano.

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