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Vale (VALE3): Acima do esperado, programa de recompra turbina remuneração de acionistas

28 abr 2022, 12:32 - atualizado em 28 abr 2022, 12:37
Vale
Vale reportou Ebitda ajustado de US$ 6,4 bilhões, redução anual de 26%. (Imagem: Vale/Divulgação)

O balanço do primeiro trimestre da Vale (VALE3) ficou em segundo plano diante do anúncio do programa de recompra de até 500 milhões de ações da companhia, disseram analistas nesta quinta-feira (28).

Ao preço atual, considerando os 18 meses do período de recompra, o programa de recompra representa US$ 8,2 bilhões em remuneração aos acionistas, segundo o Bradesco BBI, em relatório assinado por Thiago Lofiego e José Cataldo.

“Assumindo uma execução pro rata (em proporção) nos próximos 12 meses e considerando os dividendos mínimos a serem pagos em 22/09 e 23/03, calculamos a remuneração total aos acionistas de US$ 13,3 bilhões no período”.

A cifra corresponde a 17% do valor de mercado atual, a mais alta em da cobertura do Bradesco BBI e “provavelmente a mais alta entre as principais mineradoras globais”.

O BTG Pactual destacou que o programa de recompra foi “bem acima” das expectativas do mercado e “uma demonstração clara da confiança da administração no caso e subavaliação de ações”. “Esse recompra é mais que o dobro do tamanho do programa atual de 200 milhões de ações”.

Para o banco, os investidores esperavam simplesmente uma renovação do programa atual, que foi quase totalmente executado em cerca de seis meses (168 milhões de ações recompradas até agora).

“Essa é um indicação da administração de que as recompras são uma rota preferencial de retorno em dinheiro (vs. dividendos), embora esperássemos que ambos se mantivessem”, diz trecho do relatório assinado por Leonardo Correa e Caio Greiner.

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E o balanço da Vale?

Vale reportou Ebitda ajustado de US$ 6,4 bilhões, redução anual de 26% e abaixo dos US$ 6,6 bilhões esperados pelo mercado. 

O Safra comentou que o Ebitda das operações contínuas (que exclui carvão) da mineradora foi de US$ 6,2 bilhões, 3% superior a previsão da instituição.

A linha foi 8% menor na base trimestral, refletindo volumes mais baixos, destacou o banco em relatório assinado por Conrado Vegner e Vinícius Andrade.

“O lucro líquido trimestral de US$ 4,5 bilhões foi superior ao nossa expectativa de US$ 3,5 bilhões, principalmente devido a um ganho de US$ 1,1 bilhão vinculado à venda do operações de minério de ferro do Centro-Oeste”, disse.

O que esperar da empresa

Para o Safra, a Vale deve continuar se beneficiando dos preços fortes minério de ferro e pelo bom fluxo de caixa, com o aumento antecipado de volumes –  o que deve se traduzir em dividendos e recompras de ações, na avaliação do banco.

O UBS avaliou que os custos unitários voltarão a subir no segundo trimestre, devido às taxas de frete mais altas e à força do real. “A partir daqui, as taxas de frete devem continuar aumentando, por conta da força sazonal e aos novos regulamentos de carbono da IMO”.

A dinâmica, disse o banco em relatório assinado por Andreas Bokkenheuser e equipe, deve pesar mais sobre as margens dos pares domésticos da Vale.

O UBS destacou que os prêmios pelo minério de ferro de alta qualidade se recuperaram para acima de US$ 30 a tonelada no período, devido às margens de aço mais altas na China.

Os prêmios, no entanto, caíram para abaixo de US$ 30/t novamente, com margens sob pressão uma vez mais, disse a instituição suíça.

“O prêmio de alta qualidade deve cair ainda mais neste ano com os preços do aço corrigidos, impulsionado pela queda nos custos de matéria-prima”, afirma do UBS.

Hora de comprar?

Veja as recomendações e potenciais de alta para as ações e ADRs da Vale:

  • UBS: US$ 14, venda;
  • Bradesco BBI: R$ 135, compra;
  • Safra: R$ 98, outperform;
  • BTG: US$ 22, compra

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.