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Vale (VALE3): Governo pode aliviar o lado da empresa; entenda

30 jan 2024, 19:50 - atualizado em 30 jan 2024, 19:50
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Governo cobrou R$ 25,7 bilhões da Vale por outorga de concessão da Estada de Ferro Carajás e Vitória Minas (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O governo federal está disposto a discutir caminhos com Vale (VALE3) e MRS sobre cobranças por uma outorga pela renovação antecipada de concessões ferroviárias, afirmou nesta terça-feira (30) Renan Filho, ministro dos Transportes.

Na última semana, a pasta cobrou R$ 25,7 bilhões da Vale por conta de uma outorga de concessão da Estada de Ferro Carajás e Vitória Minas.

A cobrança se deve a outorgas não pagas na renovação antecipada de contratos. O contrato de Carajás, por exemplo, venceria em 2027, mas foi antecipado por mais 30 anos.

O ministro dos Transportes disse, em entrevista a jornalistas, que o governo está aberto para encontrar alternativas para receber apenas parte dos valores cobrados.

“Algo entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões seria a devolução integral dos recursos descontados da outorga. Entretanto… temos condições de discutir caminhos para que seja recolhida uma parte desse valor. Inclusive esse valor não está fechado”, comentou Filho.

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Ações da Vale caem em meio a ruídos

Notícias negativas recentes envolvendo o nome da Vale têm empurrado as ações da companhia para baixo, impedindo-as de engatar uma recuperação. No acumulado em 2024, a mineradora já tomba mais de 10% na bolsa.

Além da cobrança bilionária do governo, o mercado tem no radar a condenação pelos danos causados após o rompimento da barragem em Mariana (MG) e a reunião extraordinária do conselho de administração a ser realizada nos próximos dias que definirá o nome do novo CEO, com o ex-ministro Guido Mantega já descartado dentre as possibilidades.

Sobre esses “ruídos”, o BTG Pactual adota uma visão mais otimista, pois acredita que a governança corporativa da Vale vai se provar confiável.

O BTG antecipa um ambiente operacional melhor para a companhia em 2023, visto que o mercado de minério de ferro deve passar por mais um ano de déficit e contínuas revisões altistas.

“Estamos agora mais confiantes de que a mínima operacional da companhia ficou para trás, e produção/embarques e performance de custos deve continuar melhorando”, afirma.

A Vale ainda é um dos nomes favoritos da casa para se expor à reaceleração da economia chinesa. Analistas também projetam retornos de caixa de 12-13% para 2023/24, incluindo programa de recompra de ações.

*Com informações da Reuters.