Vale (VALE3): Euforia com minério de ferro dura pouco, e ação cai; melhor fase passou?
As ações da Vale (VALE3) e da CSN (CSNA3) caíram nesta segunda-feira (21), pressionadas pelo recuo do minério de ferro na China.
O papel da Vale voltou a ser negociado abaixo dos R$ 80, recuando 1,13%. Já a CSN perdeu 1,14%, cotada a R$ 13,93 na Bolsa.
O setor de mineração e siderurgia voltou a sofrer com a correção nos contratos futuros do minério de ferro, que começaram a semana balançados pelo aumento de novos casos de Covid-19 na China.
Em Cingapura, o minério de ferro de referência para dezembro recuou 2,9%, a US$ 95,7 a tonelada. Na Bolsa de Dalian, o minério de ferro negociado para janeiro chegou a cair 2,6%, mas fecharam em US$ 104,10 a tonelada.
O surgimento de novos surtos de coronavírus na China voltou a trazer cautela para os mercados. Traders estão preocupados com a recuperação da atividade econômica no país.
No domingo, a China registrou 26.824 novos casos locais, aproximando-se dos picos de abril.
O minério de ferro vinha seguindo uma trajetória de alta nas últimas semanas, impulsionado pela notícia de afrouxamento das restrições na China. O governo chinês afrouxou algumas de suas regras relacionadas ao coronavírus, incluindo período de quarentena mais curto para contatos próximos de casos e para viajantes de entrada.
A flexibilização das restrições foram anunciadas mesmo quando os novos casos de coronavírus mostravam trajetória ascendente.
Melhor momento ficou para trás
Em newsletter enviada a clientes, Marcel Andrade, analista de renda variável da Empiricus Investimentos, avalia que o melhor momento do ciclo de commodities, principalmente as metálicas, já passou.
Andrade destaca que o ambiente macroeconômico global segue “desafiador e piorando”, com os Estados Unidos ainda em ciclo de aperto de juros, a Europa em recessão e a China desacelerando.
O “fator China”, especificamente, pesa para o minério de ferro e para o aço ao passo que existem preocupações com a capacidade do governo chinês de lidar com a crise do setor imobiliário no país.
Outro ponto levantado por Andrade é que, do lado da oferta, os estoques nos portos chineses continuam significativamente acima da média histórica, enquanto a demanda segue em risco.
Andrade também destaca que as margens de empresas do setor – Vale e Gerdau (GGBR4) – atingiram patamares de topo de ciclo (três a cinco anos), o que não deve se manter, considerando o cenário atual.
” Com isso, o valuation (sob a ótica relativa, múltiplos) que parece comprimido (dado o crescimento do Ebitda, geração de caixa livre ou lucro líquido), tende a ficar mais esticado com a queda do denominador”, avalia.
“Não obstante, a queda da geração de caixa livre abala outro pilar importante: os dividendos tendem a ser decrescentes no ciclo a seguir”, completa Andrade.
Em resumo, a Empiricus Investimentos vê um cenário negativo para o setor de mineração e siderurgia e suas ações – Vale e Gerdau, especialmente.
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