Vale (VALE3) está acordando para economia verde? O que espera da mineradora em 2023
A Vale (VALE3) está acordando para a economia verde. É o que afirma o analista da Guide Investimentos, Mateus Haag, ao destacar que a mineradora tem como plano reduzir seus riscos e buscar por eficácia nos próximos anos.
“Podemos esperar continuidade da estratégia da Vale em tornar-se mais ESG. Entre suas medidas, destaco a descaracterização de barragens”, diz Haag.
Espera-se que até 2025, a Vale não tenha nenhuma barragem considerada de alto risco — level III —, e que até 2035, todas as barragens a montante — tipo menos seguro — sejam descaracterizadas.
Como anunciado no evento Vale Day, para o próximo ano, a empresa busca reduzir o custo C1 (custo de produção dos finos de minério de ferro da mina ao porto), manter custos fixos estáveis e destravar valor por meio de uma possível venda de participação minoritária do seu segmento de metais básicos.
Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, destaca que a companhia deve focar na evolução da produção de níquel e cobre nos próximos anos, visando atender a demanda que será gerada com a evolução de produção de carros elétricos no mundo.
A mineradora afirmou que será criada uma nova empresa no grupo, que terá como função absorver as atividades de não ferrosos, mantendo a Vale como principal operadora de minério de ferro e atividades correlacionadas no mundo. Para o analista da Mirae, a notícia é positiva para a empresa.
Comprar ou vender Vale em 2023?
Na análise de Guide e Mirae, a recomendação para VALE3 em 2023 é de compra. Os analistas afirmam que as ações da companhia continuam sendo negociada com desconto em seus múltiplos.
Haag pontua que, à medida que mais iniciativas ESG forem tomadas, como a de descaracterização de barragens, o desconto inerente ao seu histórico deve diminuir.
“Entre as empresas brasileiras, acho que a Vale terá uma ótima performance. Ela possui a maior parte da sua receita dolarizada e seus custos em reais. Portanto, ela se beneficia do real depreciado, e esse, na minha opinião, é o cenário mais provável para os próximos anos”, afirma o analista da Genial.