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Vale (VALE3) está a caminho de quebrar sequência de quedas nesta quinta (17); o que fazer com as ações?

17 ago 2023, 12:41 - atualizado em 17 ago 2023, 12:41
Vale pode quebrar sequência de sete quedas nesta quinta-feira (17) (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

A Vale (VALE3) opera em alta nesta quinta-feira (17), a caminho de quebrar uma sequência de quedas que já se estende pelo sétimo pregão seguido. O otimismo reina no setor de mineração e siderurgia, com os contratos futuros do minério de ferro negociados na Dalian Commodity Exchange da China atingindo máximas em três semanas.

Traders estão na expectativa por mais anúncio de estímulos por parte do governo chinês, principalmente para o setor imobiliário que enfrenta uma crise persistente.

Espera-se que a China continue adotando medidas para impulsionar o consumo e promover o investimento no país. Hoje mais cedo, o Banco do Povo da China (PBoC) afirmou, em relatório, que manterá a liquidez razoavelmente ampla com o objetivo de sustentar a recuperação da segunda maior economia do mundo. O banco central também disse que a sua política monetária será “precisa e contundente” e “apoiará firmemente a recuperação e o desenvolvimento da economia real”.

Nesta semana, em mais uma tentativa de reaquecer a atividade da China, o PBoC cortou as principais taxas de juros de referência. A expectativa é de que o banco afrouxe ainda mais a política monetária chinesa.

Por volta das 12h30, a Vale avançava 2,56% na Bolsa, negociada a R$ 62,61.

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Cedo demais para comemorar?

De agora em diante, detalhes envolvendo os estímulos da China para dar suporte ao setor imobiliário serão “cruciais” para determinar o caminho que o minério de ferro traçará no restante do ano, afirma a equipe de análise do Goldman Sachs, em relatório divulgado neste mês.

Embora o desempenho da commodity esteja se mostrando mais resiliente que o esperado neste ano, o banco ainda avalia riscos de queda à frente. Segundo os analistas, o mercado de minério de ferro virando para uma fase de sobreoferta.

“Também permanece o risco de cortes compulsórios de aço na China, o que potencialmente poderia levar a um choque negativo de demanda para o mercado e os preços”, acrescenta o Goldman Sachs.

Sophie Altermatt, economista do Julius Baer, destaca que os últimos dados econômicos da China destacam a fraqueza contínua do consumo doméstico e da demanda por investimentos, o que, somados com a demanda exterior, pesam sobre a produção do país.

“Ao mesmo tempo, a baixa no mercado imobiliário continuou e segue como um dos principais fatores negativos para a economia”, acrescenta a especialista.

Após o último corte de juros do banco central chinês, o Julius Baer reduziu as projeções de crescimento para a China no terceiro e no quarto trimestre, a 0,6% e 0,8% t/t (de 1,1% e 1%, respectivamente).

Dessa forma, houve uma revisão para baixo das projeções de crescimento em 2023 e 2024, a 4,8% e 4,2%.

O que fazer com VALE3

O Goldman Sachs tem recomendação “neutro” para os ADRs (American Depositary Receipts, recibos de ações de uma empresa estrangeira negociada nos Estados Unidos) da Vale (VALE), uma vez que acredita que o papel precifica preços do minério de ferro a US$ 102/tonelada vs. spot a US$ 105/tonelada e estimativas da casa de US$ 90/tonelada no segundo semestre de 2023 e em 2024.

Enquanto isso, a Genial Investimentos tem recomendação de “comprar” e preço-alvo de R$ 83 para as ações negociadas na B3. A corretora está mais otimista com o potencial de desempenho da Vale no segundo semestre do ano. A melhora operacional deve alimentar o fluxo comprador do papel, diz.

A XP Investimentos é “neutro” com VALE3 e tem preço-alvo de R$ 73 ao fim de 2023.

“Uma perspectiva de tendência de queda para os preços do minério de ferro, apoiada pela menor demanda pela produção de aço na China, nos torna mais cautelosos sobre o potencial de alta para as ações”, explica.

*Com informações da Reuters.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.