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Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) iniciam bem o ano, mas compensa comprar alguma ação? Veja o que diz esse banco

24 jan 2023, 11:57 - atualizado em 24 jan 2023, 11:57
Vale
Goldman Sachs segue com recomendação “neutro” tanto para a Vale quanto para a Petrobras (Imagem: Reuters/Washington Alves)

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) entraram em 2023 com o pé direito. As ações da mineradora seguem aproveitando o rali do minério de ferro nos mercados internacionais diante da expectativa de reabertura da economia chinesa. Já a petroleira vive um momento de correção na Bolsa, após seus papéis caírem em torno de 15% nos últimos três meses, especialmente por questões de risco político.

Desde o início do ano, os papéis da Petrobras acumulam valorização de quase 10%, enquanto Vale sobe cerca de 6% e tem sua ação atualmente negociada a R$ 94.

Apesar da recente recuperação, o Goldman Sachs segue com recomendação “neutro” tanto para a Vale quanto para a Petrobras, embora acredite que o sentimento macro positivo e o reabastecimento sazonal em tempos de oferta limitada possam oferecer suporte à primeira empresa no curto prazo.

“Investidores no Brasil continuam vendo a Vale como um nome interessante para se ter em tempos de elevada incerteza política devido à natureza exportadora de seu negócio”, avalia a equipe de análise do banco.

O principal motivo para os analistas não recomendarem compra é pela incerteza ainda elevada envolvendo o ritmo da recuperação da economia chinesa.

Para o Goldman Sachs, é provável que os investidores fiquem desapontados com a magnitude da recuperação da demanda chinesa pós-Ano Novo Lunar. O sentimento negativo chega até o segundo trimestre de 2023, com a situação do mercado imobiliário no país ainda deteriorada.

Falta de visibilidade

No caso da Petrobras, o Goldman Sachs avalia que as notícias provavelmente serão mais negativas no curto prazo, incluindo um payout de dividendos potencialmente menor após a eleição da nova administração no primeiro trimestre de 2023.

Os analistas do banco acreditam que o fato de o valuation não estar caro reflete o aumento das incertezas acerca das políticas que serão adotadas pela nova administração — provavelmente, menor pagamento de dividendos e mais capex (investimentos).

Outro ponto levantado pelo Goldman Sachs é a intenção do governo de mudar a Lei das Estatais, que define as regras para cargos de presidência de empresas públicas. A proposta que está sendo estudada substituiria o texto aprovado pela Câmara dos Deputados no fim do ano passado.

Segundo o Goldman Sachs, a revisão da lei joga ainda menos visibilidade sobre o que poderia ser feito pela nova administração quanto às políticas futuras da Petrobras.

A instituição tem preços-alvo de R$ 29,50 e R$ 26,90 para as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras, respectivamente. Para o ADR (American Depositary Receipt) da Vale (VALE), o preço-alvo em 12 meses é de US$ 12.

O time de análise do Goldman Sachs está estruturalmente mais otimista com o petróleo do que com o minério de ferro.

Os preços médios do Brent esperados pelo banco são de US$ 97,50/barril em 2023 e US$ 105/barril e US$ 90/barril em 2024 e no longo prazo, respectivamente. Além da demanda chinesa, os preços do petróleo devem receber suporte da queda da produção russa, avaliam os analistas.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.