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Vale (VALE3) e outras ações ligadas ao minério de ferro enfrentam dia difícil na Bolsa; banco faz alerta

12 jun 2023, 13:20 - atualizado em 12 jun 2023, 13:27
Vale sofre pressão nesta segunda-feira (12), refletindo queda do minério de ferro (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

Esta segunda-feira (12) é de baixa para as ações ligadas a commodities, com a performance de petroleiras, mineradoras e siderúrgicas refletindo a forte correção nos preços do petróleo e do minério de ferro.

Dentro do setor de mineração e siderurgia, CSN (CSNA3) liderava as baixas da sessão ao recuar 2,53% perto das 13h15, seguida de CSN Mineração (CMIN3), com recuo de 1,97%, e Vale (VALE3), que perdia 1,46%. Usiminas (USIM5) subia 0,14% e Gerdau (GGBR4) recuava 0,51%.

Os contratos futuros de minério de ferro voltaram a cair nesta segunda, em movimento de realização de lucros após uma semana positiva.

Os mercados esperam pela divulgação de novos dados da China para esta semana, além da decisão do Banco Popular da China (PBoC) sobre a taxa de empréstimo de médio prazo.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho mais ativo do ingrediente siderúrgico caiu 4,8%, para US$ 107,20 a tonelada. Enquanto isso, em Dalian, o contrato mais negociado em setembro computou perdas de 1,8%, a 785,50 iuanes (US$ 109,96) a tonelada.

Goldman Sachs vem seguindo uma postura de cautela para o setor, avaliando que o risco de downside (queda) prevalece. Em relatório publicado no início do mês, o banco de investimentos reforça que tanto a produção e quanto a demanda por aço do país caíram. E, por mais que exista expectativa de novos estímulos para o setor imobiliário, a medida do governo chinês deve aliviar a queda, e não servir de gatilho para uma retomada significativa no curto prazo, acrescenta.

O Goldman Sachs vê o mercado entrando em ponto de inflexão, para uma fase de sobreoferta no segundo semestre deste ano.

“Atualmente, assumimos que a produção de aço chinesa deve terminar estável (a/a) no fim de 2023, mas o risco persiste se a sobreoferta de aço onshore se tornar mais evidente – então, as metas de produção podem ser cortadas, gerando um choque negativo na demanda de minério de ferro ainda maior”, afirma o Goldman Sachs.

No segundo semestre, os preços do minério de ferro devem ficar, em média, em US$ 90/tonelada (de uma previsão de US$ 110 anteriormente), projetam os analistas.