Vale (VALE3) é chave para aproveitar reabertura chinesa e é hora de comprar, diz Bradesco
O Bradesco BBI elevou em 28% o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE3), de US$ 18 para US$ 23 — ou R$ 118,80 na cotação anual. De acordo com o banco de investimentos, as ações da mineradoras são “chave” para a reabertura econômica da China em 2023.
A recomendação é “outperform”, ou desempenho acima do mercado, o que equivale a compra.
“O caminho não será linear, mas estamos olhando ‘através da névoa'”, destacam Thiago Lofiego e equipe de analistas.
Eles afirmam que, no lado do minério de ferro, a combinação do menor guidance de produção da Vale e a melhoria das margens das siderúrgicas devem ajudar a elevar os preços da commodity e mais do que compensar os impactos negativos das vendas baixas e custos elevados da companhia. O BBI, inclusive, aumentou a estimativa do preço do minério para US$ 130/t no ano.
Já em metais básicos, Lofiego e equipe acreditam que 2023 deve ser marcante, abrindo caminho para que a divisão eventualmente desbloqueie valor. Eles ainda destacam o investimento da Vale nesse setor, com novo potencial parceiro de capital, nova governança e recuperação operacional.
Os analistas esperam que a combinação de uma postura de “política mais pró-crescimento do governo chinês e uma rápida reversão das medidas Covid Zero desencadeie uma recuperação na demanda chinesa por materiais básicos ao longo de 2023”. Segundo eles, a virada será mais relevante a partir do final do primeiro trimestre.
A equipe de análise também ressalta que a demanda de aço, impulsionada pela infraestrutura, deve continuar ganhando força entre janeiro e março, à medida que os projetos e a fabricação para o mercado doméstico começam a gerar demanda adicional. O banco espera que a procura chinesa por aço aumente entre 4% e 5% em 2023, o que deve aumentar as margens das siderúrgicas e dar suporte ao minério de ferro.
Entre os riscos para a tese de investimentos, os analistas citam a disseminação contínua da Covid-19 na China e discussões sobre tributação mais alta no Brasil.
Vale segue de olho nos metais básicos
Os analistas do BBI acreditam que a Vale está “posicionada de maneira única para aproveitar as tendências estruturais positivas do mercado de cobre e níquel“. O potencial da empresa é baseado em seu portfólio de produtos premium, emissões de carbono mais baixas em comparação com a média da indústria e localização estratégica de ativo.
Segundo a equipe de Lofiego, o potencial da mineradora para liberar valor no ramo de metis básicos pode ser “muito significativo”. Eles calculam que, apenas reclassificando a divisão para os níveis da indústria, um montante entre US$ 9 bilhões e US$ 13 bilhões pode ser desbloqueado — o que equivale de 10% a 15% da capitalização de mercado da Vale.
O primeiro passo para gerar mais valor para a divisão, na análise do BBI, é entregar a estabilização das operações e medidas de eficiência de custos. “Os próximos 12 meses serão cruciais para a empresa mostrar o andamento das medidas que estão sendo implementadas”, dizem.
A divisão de cobre, especialmente, já deve apresentar reduções de custos mais relevantes — para US$ 3,2 mil/t — e recuperação de volume, enquanto os custos totais do níquel devem permanecer estáveis — em US$ 13 mil/t.