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Vale (VALE3) divulga prévia operacional do 1T24 na próxima terça; o que esperar?

15 abr 2024, 20:38 - atualizado em 15 abr 2024, 20:39
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Para a Genial, a produção deverá ter um acréscimo leve, representando uma alta de 1% para minério de ferro fino (Imagem: Reprodução/Instagram/Vale)

A Vale (VALE3) divulgará sua prévia operacional do primeiro trimestre de 2024 na próxima terça-feira (16) em meio ao ceticismo com o mercado. No ano, o papel acumula queda de 19% puxado por problemas na escolha do CEO e a fraqueza do minério de ferro.

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Para a Genial, a produção deverá ter um acréscimo leve, representando uma alta de 1% para minério de ferro fino, apesar da desaceleração estimada de 24,5% no trimestre, em razão do efeito sazonal naturalmente ligado as chuvas.

“Sobre vendas, é importante lembrar que o primeiro trimestre a Vale sofreu com uma grande dificuldade para embarcar a carga de minério de ferro vinda do sistema norte, uma vez que havia danificações causadas pelas fortes chuvas na estrutura do Terminal Ponta da Madeira (MA)”, discorre.

Ainda segundo os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira, que assinam o relatório, o terminal ficou fechado por alguns dias para reestabelecimento da operação e interrompeu o fluxo de embarques, afetando drasticamente o volume de vendas e a qualidade do mix.

“Isso quer dizer que base anual, no que tange as vendas, é mais fraca e deve ser facilmente superada no primeiro trimestre, visto que esse trimestre parece ter passado ileso de grandes disrupções. Esperamos as vendas em 50,6 Mt, queda de 35,0% no trimestre, mas alta de  10,3% no ano”, pontuam.

Para pelotas, os analistas consideram que após comissionamento da barragem de Torto ter acontecido no início do terceiro trimestre, as operações na mina de Brucutu (MG) devem ajudar a trazer ramp-up (recuperação) da produção e um volume maior de vendas na base anual.

Por outro lado, lembram, embora a Vale tenha performado muito bem na produção de minério de ferro fino no quarto trimestre, ainda assim, há de se considerar o início do período de sazonalidade mais fraca, onde a temporada de chuvas já havia começado no trimestre passado.

O verdadeiro contratempo do primeiro trimestre

Na visão do trio de analistas, porém, o verdadeiro contratempo do primeiro trimestre será a curva de preços do minério de ferro 62% Fe.

“Ao contrário do que ocorreu no trimestre passado, a depreciação forte de 25% do dólar deverá representar um fator negativo no resultado da Vale, compondo uma dinâmica de preço mais fraca para marcar uma receita esperada em queda”, explicam.

Os analistas recordam que embora a média de preço da referência 62% Fe desse trimestre não seja muito diferente vs. o trimestre passado, com um leve recuo para US$ 124/t (apenas -3,4% t/t), a diferença está na tendência observada entre os trimestres, que seguiram vetores opostos.

Enquanto o preço do minério de ferro acelerou forte entre o início e o final do quarto trimestre (de US$ 120 para US$ 14), já no primeiro trimestre foi o contrário, o preço caiu de maneira voraz (de US$ 140 para US$ 103/t).

“Essa dinâmica de vetores opostos causa uma retração de preço realizado maior pelo sistema de provisionamento de preço futuro, que jogará contra a Vale no primeiro trimestre”, completa.

Já para metais básicos, a Genial acredita que será mais um trimestre desafiador para a precificação do Níquel, devido ao excesso de oferta vindo da Indonésia, que está empurrando o preço para baixo faz algum tempo.

“Porém, ao contrário dessa tendência, as operações de Cobre devem apurar uma alta a/a (tanto para receita, quanto para a EBITDA), em virtude de melhores dinâmicas de preço t/t e ramp-up de produção a/a”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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