BusinessTimes

Vale (VALE3): Dividendos e provisões decepcionam analistas; entenda

25 fev 2022, 13:42 - atualizado em 25 fev 2022, 13:59
Vale
Para XP, é preciso ter mais clareza sobre as provisões futuras. (Imagem: Reuters/Washington Alves)

A Vale (VALE3) apresentou lucro acima do esperado no quarto trimestre, mas decepcionou os analistas com os dividendos e anúncio de provisões. A ação da empresa chegou a cair mais de 1% nas primeiras horas do pregão, mas reverteu as perdas.

O BTG Pactual definiu o balanço como “poluído”, mas disse que o Ebitda de US$ 7 bilhões foi em grande parte em linha com o consenso. O banco destacou que esperava dividendos de US$ 4 bilhões, enquanto a mineradora anunciou US$ 3,5 bilhões.

“A Vale já atingiu sua meta de dívida líquida expandida de US$ 15 bilhões, então o fluxo de dividendos (mínimo + extraordinário) no segundo semestre dependerá do cenário de precificação”, disse o BTG, em relatório assinado por Leonardo Correa e Caio Greiner.

Provisões da Vale (VALE3)

A XP Investimentos chama a atenção para as provisões da Vale, que passaram de US$ 7,1 bilhões em 2019 para US$ 10,1 bilhões em 2021.

“Nesse período foram pagos US$ 3,3 bilhões, resultando em um impacto de US$ 6,3 bilhões desde 2019, diz a XP, em relatório assinado por Andre Vidal, Victor Burke e Thales Carmo. “Se considerarmos esse número em reais, o aumento percentual das provisões é ainda maior”.

Para a corretora, é preciso ter mais clareza sobre as provisões futuras. A XP também destaca que a divisão de metais básicos reportou um Ebitda de US$ 811 milhões (-23% T/T), 23% abaixo das suas estimativas e 11% abaixo do consenso.

“O níquel teve custos mais altos, principalmente devido ao início da produção na expansão da Mina de Voisey’s Bay e maiores custos de manutenção e combustível em PTVI, enquanto o Cobre ainda está sentindo os impactos nos custos do incidente da correia transportadora que limita a produção em Salobo”, comentou a XP.

O Itaú BBA destacou a geração de caixa negativa em US$ 175 milhões, com o aumento de US$ 2,3 bilhões nas necessidades de capital de giro, capex sazonalmente maior de US$ 1,8 bilhão e US$ 1,3 bilhão em despesas relacionadas a Brumadinho.

“Com os US$ 2,8 bilhões adicionais em provisões para Samarco e Brumadinho, a dívida líquida expandida da Vale subiu para US$ 15,1 bilhões (vs. 13,9 bilhões no 3T21), em linha com a meta da empresa”, destacou o Itaú BBA, em relatório assinado por Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.

Segue compra

Os bancos, no geral, seguem com recomendação de compra para os papéis da Vale. O Safra, por exemplo, cita a alta qualidade do minério de ferro, “que não necessita de purificação, levando a um dos custos de produção mais baixos da setor”.

Os analistas da instituição falam em combinação de estoques offshore, que são uma “estratégia importante dada a distância dos principais clientes na China”.

Veja o preço-alvo para as ADRs da Vale, que eram negociados a US$ 17,39 nesta sexta:

  • BTG: US$ 22, compra;
  • Itaú BBA: US$ 19, outperform;

Veja o preço-alvo para as ações da mineradora, negociadas a R$ 89 (+2,8%) nesta sexta:

  • Bradesco BBI: R$ 108, compra;
  • Safra: R$ 98, compra.

Vale no 4T21

A Vale lucrou US$ 5,4 bilhões no quarto trimestre do ano passado. O valor superou as expectativas de analistas em pesquisa da Refinitiv, que previa um resultado líquido de US$ 4,7 bilhões.

O lucro do quarto trimestre de 2021 é US$ 17,6 bilhões superior ao resultado reportado no mesmo período de 2020. A linha foi impulsionada pelo maior Ebitda ajustado pró-forma e resultados financeiros.

Disclaimer

Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Linkedin
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar