Vale (VALE3) deve manter Ibovespa (IBOV) sob pressão hoje
O Ibovespa (IBOV) segue sem saber o que é fechar no positivo nesta semana, após encerrar em queda ontem pela terceira vez seguida. Ainda bem que a bolsa brasileira tem pregão até sexta-feira, depois de ficar fechada neste dia por duas vezes em abril, e pode buscar uma recuperação antes do fim do mês.
Porém, o Ibovespa deve seguir sob pressão negativa hoje, em meio à decepção com o balanço da Vale (VALE3). Os recibos de ações (ADRs) da mineradora caem quase 3% no pré-mercado em Nova York, dando sinais do que esperar por aqui. Ao menos o minério de ferro fechou em alta hoje em Dalian (China).
Lá fora, a divulgação de bons resultados das big techs sustentam as bolsas no positivo. Depois da Microsoft e da Alphabet (Google), ontem ainda contou com a Meta, dona do Facebook. E o dia ainda reserva os balanços de Amazon e Intel.
Por ora, os números das gigantes de tecnologia ofuscam os problemas ainda no setor bancário nos Estados Unidos, evidenciados agora pelo First Republican Bank. Mas os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA vêm aí (9h30) para lembrar aos investidores dos riscos de recessão.
Ibovespa só tem olhos para Campos Neto
Com isso, os mercados continuam calibrando as expectativas em relação aos próximos passos do Federal Reserve, já na semana que vem. O mesmo pode se dizer em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom), que está com cada vez menos argumentos para defender o nível da taxa Selic em meio ao processo de desinflação.
O problema é que tanto o Fed quanto o Copom ainda lutam para combater a alta nos preços, desencadeada pela pandemia e pela invasão da Ucrânia. Só que a defasagem dos efeitos da política monetária na economia real provocam um descompasso. De um lado, os bancos centrais ainda estão preocupados com a inflação.
De outro, os mercados, que sempre se antecipam aos fatos, já se assustam com o fantasma da recessão. Assim, junto aos dados sobre emprego (Caged) e o desempenho do setor de serviços no Brasil, também merece atenção a nova participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Senado.
Desta vez, ele será confrontado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). A ver se neste debate chega-se a um consenso sobre o momento exato para iniciar os cortes no juro básico. Se não tão já, em maio, tampouco tão distante, quanto apenas no começo de 2024.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,49%; o do S&P 500 tinha alta de 0,47% e o Nasdaq subia 0,68%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 0,15% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale cediam 2,88%, enquanto os da Petrobras tinham leve alta de 0,09%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 oscilava com +0,06%; a bolsa de Frankfurt tinha +0,01%, a de Paris subia 0,25%, enquanto a de Londres oscilava em baixa de 0,06%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,15%, enquanto na China, a Bolsa de Hong Kong subiu 0,42% e a de Xangai teve +0,42%;
Câmbio: o índice DXY subia 0,02%, 101.48 pontos; o euro estava estável, a US$ 1,1042; a libra tinha baixa de 0,11%, a US$ 1,2454; o dólar subia 0,04% ante o iene, a 133,72 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,463%, de 3,450% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,965%, de 3,945% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro subia 0,67%, a US$ 2.009,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,11%, a US$ 74,38 o barril; o do petróleo Brent tinha alta de 0,14%, a US$ 77,78 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em alta de 1,62% em Dalian (China), a 721 yuans a tonelada métrica, após ajustes.