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Vale (VALE3) deve assinar nesta semana acordo de R$ 170 bilhões por desastre em Mariana

23 out 2024, 14:51 - atualizado em 23 out 2024, 17:36
Mariana
O rompimento de barragem da Samarco — uma joint venture da Vale com a BHP — ocorreu em novembro de 2015 e liberou uma onda de lama gigante que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu comunidades, florestas e rios. (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

As mineradoras Vale (VALE3), BHP e Samarco vão assinar na sexta-feira (25) um acordo multibilionário com autoridades federais e estaduais para reparação e compensação pelo rompimento de barragem de rejeitos em Mariana (MG), confirmou Planalto à Reuters nesta quarta-feira (23).

Conforme publicado pelo Money Times na última sexta-feira (18), o acordo deve somar um total de 170 bilhões de reais, incluindo pagamentos já realizados pelas empresas, recursos novos e obrigações ainda a cargo das mineradoras.

No documento, a mineradora diz que o montante inclui:

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  • R$ 38 bilhões em valores já investidos em medidas de remediação e compensação;
  • R$ 100 bilhões pagos em parcela4 ao longo de 20 anos ao Governo Federal, aos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e aos municípios, para financiar programas e ações compensatórias vinculadas a políticas públicas;
  • ▪ R$ 32 bilhões em obrigações de execução da Samarco, incluindo iniciativas de indenização individual,
    reassentamento e recuperação ambiental.

Vale: O que foi o desastre de Mariana?

O rompimento de barragem da Samarco — uma joint venture da Vale com a BHP — ocorreu em novembro de 2015 e liberou uma onda de lama gigante que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu comunidades, florestas e rios, inclusive o rio Doce em toda a sua extensão até o mar no Espírito Santo.

As negociações para um acordo definitivo sobre o tema vem ocorrendo há anos e envolvem diversas instituições de Justiça, poder público, ministérios públicos federal e estaduais (MG e ES), bem como defensorias públicas da União, Minas Gerais e Espírito Santo, representando as comunidades atingidas.

No mês passado, o ministro de Minas e EnergiaAlexandre Silveira, havia confirmado que o acordo deveria totalizar 167 bilhões de reais, sendo 100 bilhões de reais a serem pagos a autoridades e 30 bilhões de reais para executar obrigações que permanecerão sob responsabilidade das mineradoras.

Além disso, as companhias também dizem ter investido cerca de 37 bilhões de reais em ações compensatórias e indenizatórias, desde o rompimento até junho deste ano.

Acordo da Vale pode jogar luz nos dividendos

Em junho, a empresa, junto com BHP e Samarco, apresentaram às autoridades nova oferta de acordo indenizatório pelo rompimento em Mariana, estimando um desembolso total de R$ 140 bilhões, mas ainda abaixo do demandado pelo poder público.

Do montante total, R$ 37 bilhões já foram empenhados, segundo as companhias.

O acordo, inclusive, poderá desbloquear retorno de dividendos, que inclui recompra de ações, de até 17%, segundo Goldman Sachs.

Com Reuters