Vale (VALE3) derrete após números do 3T23, mas fluxo comprador deve voltar, dizem analistas

A Vale (VALE3) reportou números neutros no relatório operacional do terceiro trimestre de 2023. A divisão de ferrosos veio em linha com o esperado, porém os metais básicos foram mais fracos, avaliam analistas.

A produção de minério de ferro avançou 9,5% na comparação trimestral, enquanto o cobre e o níquel subiram 3,6% e 14,1%, mostra o relatório divulgado na terça-feira (17).

Ainda assim, a Genial Investimentos segue construtiva em relação ao desempenho da Vale daqui em diante. Isso porque a divisão de metais básicos possui um peso mais baixo na composição do Ebitda.

Já a Ativa Investimentos ressalta que, com a produção deste trimestre, a Vale deve alcançar a parte inferior de seu guidance de produção para 2023 sem problemas. “Temos assim uma percepção geral neutra dos dados divulgados pela companhia”, afirmam.

A Genial reforça a recomendação de compra de VALE3, com um corte de R$ 0,50 no preço-alvo — agora em R$ 82,50. Já a Ativa tem indicação neutra, com alvo em R$ 84.

Minério de ferro e metais básicos

Os analistas da Genial destacam que Vale aumentou sua produção de minério de ferro no trimestre por um movimento natural à sazonalidade do período, acrescido de uma venda parcial de estoques acumulados.

Eles acreditam que a mineradora irá se beneficiar de uma receita mais alta e da maior capacidade na diluição de custo fixo no segundo semestre.

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“Isso possivelmente irá arrefecer os custos C1, endereçando a preocupação dos investidores diante dos custos altos do primeiro semestre do ano, ajudando a acalmar os ânimos e trazer de volta o fluxo comprador para as ações”, reiteram.

Já na divisão de metais de transição energética, a Ativa Investimentos gostou mais dos números de cobre que de níquel.

Os analistas da casa ainda ressaltam que a revisão baixista do guidance de cobre é um fator negativo.

Por que VALE3 cai hoje?

As ações da Vale recuavam 2,98%, a R$ 65,83, por volta das 12h30 do pregão desta quarta-feira (18). A reação é justamente aos números abaixo do esperado do relatório operacional, avaliam analistas.

Além disso, a ação é pressionada pelo minério de ferro, que fechou o dia em queda. O contrato janeiro mais negociado na bolsa de Dalian da China encerrou as negociações diurnas em queda de 0,4%, a 861 iuanes (US$ 117,76) por tonelada, desistindo dos ganhos registrados no início da sessão.

A commodity caiu com a produção de aço abaixo do esperado e uma crise imobiliária prolongada alimentando as preocupações sobre as perspectivas de demanda no maior consumidor do mundo.

A produção de aço bruto da China em setembro caiu 5% em relação a agosto e caiu 5,6% em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais, à medida que mais fabricantes de aço cortavam a produção devido aos altos preços das matérias-primas e à fraca demanda no maior produtor de aço do mundo.

*Com informações da Reuters