Vale (VALE3): Como anda o processo de venda de fatia em metais básicos? Empresa esclarece notícias
A expectativa em relação à venda de participação minoritária da unidade de metais básicos da Vale (VALE3) voltou a crescer nesta semana. Isso porque circularam notícias de que a mineradora estaria perto de fechar um acordo para ceder fatia de 10% a um parceiro estratégico.
Fontes ouvidas por The Wall Street Journal comentaram que a Vale pode anunciar ainda nesta semana a celebração de um acordo com um consórcio formado pelo Fundo de Investimento Público (PIF), da Arábia Saudita, e a companhia de mineração estatal Ma’aden para o desinvestimento de 10% na divisão de níquel e cobre pelo valor de US$ 2,5 bilhões.
O PIF já havia sido lançado como a principal aposta do mercado para celebrar o acordo com a Vale. Informações divulgadas pela Bloomberg em junho diziam que o fundo estava em tratativas avançadas para fechar o negócio.
Outra matéria, do Valor Econômico, afirmava que a transação já havia recebido sinal verde do conselho de administração da Vale e estava em fase de preparação de documentos.
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Esclarecendo (mais uma vez) os rumores
A Vale chegou a dizer antes, em comunicado para esclarecer as notícias veiculadas, que busca ativamente uma parceria para o seu negócio de metais.
Nesta quarta-feira (26), a empresa reforçou que vem buscando o parceiro estratégico para a divisão, tendo a transição energética como parte de sua estratégia de atração de investimento e aceleração de crescimento do negócio.
A Vale destacou, no entanto, que segue em discussão com investidores para firmar um acordo estratégico para investimentos em seu negócio de metais. De acordo com a mineradora, as negociações estão em andamento, mas não foram concluídas.
“Da mesma forma, não houve ainda uma decisão definitiva sobre os termos finais do possível acordo, inclusive partes e valores envolvidos, nem aprovação interna, nos termos da governança da companhia”, afirmou.
A Vale disse que seus administradores e/ou as pessoas com acesso a atos ou fatos relevantes referentes ao negócio de metais básicos da companhia não têm conhecimento sobre qualquer fato relevante que possa justificar divulgação ao mercado.
Desafios
Para a Ativa Investimentos, com a venda de participação minoritária, a Vale deve mostrar recorrência na entrega da produção da unidade de metais básicos.
O analista Ilan Arbetman cita as dificuldades da mineradora de estabilizar as plantas da divisão. Nesse ponto, ter um parceiro com atuação no mercado poderia dar suporte à companhia no processo de estabilização da produção.
Na leitura de um analista do Citi, que conversou com a Reuters, os desafios sobre a independência da unidade em relação à mineradora serão grandes. Para Alex Hacking, o dinheiro da venda não é particularmente importante para a Vale. A questão é saber o que vem depois da transação.
Na avaliação de Hacking, o mercado parece muito focado na venda dos 10% e não está questionando “se a nova estrutura independente é viável”.
“Pode ter uma empresa independente dentro da Vale operando independentemente do conselho de administração geral da Vale?”, levanta o analista. Para ele, é cedo dizer que a nova estrutura terá o sucesso pretendido.