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Vale (VALE3): Com 4T23 para trás, analistas de 3 bancos cortam preço-alvo, mas não largam a ação; entenda os motivos

27 fev 2024, 20:31 - atualizado em 27 fev 2024, 20:31
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Vale é recomendação de compra para Itaú BBA, BB Investimentos e Banco Safra (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A Vale (VALE3) voltou a subir nesta terça-feira (27), após a forte queda do último pregão, quando os preços do minério de ferro atingiram o menor nível em quatro meses.

Hoje, com a recuperação dos contratos de referência da commodity na Ásia, a companhia avançou 2,63% na bolsa, cotada a R$ 67,48.

Apesar disso, a Vale ainda acumula perdas no ano, atingindo uma desvalorização de 12,6% até agora, mesmo com sinalizações positivas do mercado para a recuperação do desempenho operacional da mineradora daqui para frente.

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Além da recente correção do minério de ferro, fatores como riscos na gestão e provisões extras para a Samarco têm adicionado volatilidade às ações.

Investidores estão olhando principalmente para a decisão sobre o atual CEO, Eduardo Bartolomeo. A recondução do executivo no cargo segue indefinida após as últimas reuniões do conselho de administração. O colegiado parece dividido quanto à renovação do contrato de Bartolomeo, que termina no fim de maio.

Outro assunto envolvendo a Vale que voltou ao foco do mercado foi a notícia de provisão extra para a Samarco e o caso do rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG). Nos resultados do quarto trimestre de 2023, a Vale informou que realizou um provisionamento extra de US$ 1,2 bilhão para o caso, menos do que o mercado esperava.

Durante a teleconferência, a Vale reforçou que está confortável com o nível de provisões e sinalizou que a diferença entre o montante de provisões em seu balanço patrimonial (US$ 4,2 bilhões) e nos resultados da BHP (US$ 6,5 bilhões) pode estar relacionada por diferentes estimativas quanto à capacidade da Samarco em contribuir com a Fundação Renova.

A Vale disse que está trabalhando junto com representantes do governo para chegar a um acordo sobre o acidente, o que poderia acontecer ao longo dos próximos meses, na primeira metade do ano.

Vale é alvo de cortes de preços-alvo

Após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2023, analistas de três instituições atualizaram a tese da Vale com preços-alvo menores.

Isso aconteceu com BB Investimentos, Itaú BBA e, mais recentemente, Banco Safra. Os motivos para os cortes se concentraram nos preços estimados para a commodity de referência.

O BB passou a considerar o preço-alvo de R$ 89, de R$ 94 anteriormente, para a Vale na B3. A instituição revisou o modelo financeiro para a companhia, incorporando além do último balanço as novas estimativas da Vale e projeções atualizadas de preço de minério de ferro e câmbio.

O BB destaca que os indicadores da indústria siderúrgica na China continuam em ritmo lento. Ao mesmo tempo, dados mais recentes de produção e consumo no país sinalizam queda na comparação anual e as incertezas sobre o nível de demanda de aço no país em 2024 podem levar a novas correções no preço da commodity.

Enquanto isso, o BBA reduziu o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE), de US$ 18 a US$ 17, após incorporar no modelo os últimos resultados e novas estimativas para a performance operacional da companhia – Ebitda de R$ 19,6 bilhões para 2024, 4% abaixo das estimativas anteriores.

Por fim, o Safra, em relatório publicado ontem, reduziu o alvo em 12 meses de VALE3 para R$ 86, de R$ 90,50. O ADR negociado na bolsa de Nova York caiu de US$ 18,10 para US$ 17,90.

A revisão considera, além de uma redução das estimativas para os preços do minério de ferro, um câmbio menor, levando a um novo Ebitda projetado de US$ 18,4 bilhões em 2024, 2% abaixo do número esperado anteriormente.

Por outro lado, a revisão para cima do Ebitda em 2025, a US$ 16,8 bilhões, considera uma visão mais positiva da casa para os custos por tonelada.

Vale é, apesar de tudo, uma tese a ser comprada

Mesmo com a atualização da tese, as três instituições mencionadas acima têm recomendação de compra para o nome.

Analistas destacam o valuation descontado (28% em relação ao múltiplo histórico, de acordo com o BB) e os elevados retornos de caixa esperados para os próximos anos.

O Safra continua otimista com a Vale, principalmente por ser uma companhia exposta ao minério de ferro e haver um potencial de-risking relacionado a preocupações com provisões adicionais e o processo de sucessão de CEO.

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