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Vale (VALE3): China volta a assustar, e ação abre semana em queda; por que não é hora de largar?

09 out 2023, 18:11 - atualizado em 09 out 2023, 18:11
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Vale recua nesta segunda-feira (9), seguindo baixa do minério de ferro (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

Na contramão das petroleiras, as ações do setor de mineração e siderurgia viveram um dia fraco na bolsa brasileira com a retomada das negociações dos contratos futuros do minério de ferro na China.

Na volta do feriado Golden Week, os preços do minério de ferro negociados em Dalian, no mercado chinês, caíram para o nível mais baixo em quase seis semanas, em meio a temores quanto à recuperação da segunda maior economia do mundo.

Mesmo após a melhora nos indicadores econômicos da China e os esforços do governo para estimular a atividade no país, principalmente o setor imobiliário, o sentimento pesou, com incertezas sobre a retomada econômica chinesa ainda persistindo e preocupações envolvendo a produção de siderúrgicas no país jogando para baixo o otimismo do mercado.

O minério de ferro mais negociado para janeiro na Bolsa de Dalian recuou 2,8%, a 828 iuanes (US$ 113,50) por tonelada. A commodity chegou aos 822,5 iuanes antes, seu nível mais baixo desde 30 de agosto.

Em Cingapura, o minério de ferro teve a quinta sessão seguida de queda, perdendo desta vez 2,3%, a US$ 112,25 a tonelada.

No mercado de ações brasileiro, a Vale (VALE3) engatou uma desvalorização de 0,72%, negociada a R$ 65,77. CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) também operaram mal, com a primeira caindo 0,96% e a segunda ficando estável.

Usiminas (USIM5) apontou perdas de 1,11% e Gerdau (GGBR4) recuou 0,62%.

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VALE3: aos poucos, percepção melhora

Apesar dos fatores externos que causam volatilidade para os preços do minério de ferro – e, consequentemente, às ações expostas ao ingrediente siderúrgico -, analistas parecem mais construtivos com a tese da Vale.

O UBS, em relatório divulgado na semana passada, atualizou a recomendação da mineradora para “neutro”. Na avaliação da instituição, o cenário macro de baixa para o setor é equilibrado com os esforços da China para apoiar a economia. Além disso, a fraqueza do mercado imobiliário chinês é coberta pela força de outros setores, como infraestrutura.

A atualização de Vale se deve principalmente à perspectiva de que os preços do minério de ferro devem se segurar na faixa atual, entre US$ 100-130/tonelada nos próximos seis meses.

“Isso permitirá que a Vale pague atrativos dividendos nos próximos 12 meses (~US$ 4,6 bilhões, ou yield de ~8%) e realize programas de recompra de ações”, avalia o UBS.

Além da nova recomendação, o banco está com um novo preço-alvo para o ADR (American Depositary Receipt) da companhia, de US$ 14 (vs. US$ 13 anteriormente).

O BTG Pactual tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 96 para as ações negociadas na B3. O time de análise, que conversou recentemente com a Vale em Nova York, durante uma teleconferência, diz que a empresa está “bastante construtiva” com os fundamentos do minério de ferro.

“A empresa reforçou sua meta de produção para 2023 de 310-320 milhões de toneladas e sua orientação de custo caixa C1 de cerca de US$ 22/tonelada, o que acreditamos que ajudará a diminuir um pouco a percepção do risco da ‘história micro’ entre os investidores”, comenta o banco.

Para o BTG, existe um caminho razoável para a Vale atingir a produção de minério de ferro de aproximadamente 340 milhões de toneladas até 2026.

Considerando a melhoria da dinâmica dos lucros, um valuation descontado e um dividend yield elevado para 2024, acima de 10%, analistas estão otimistas com a tese.

A Genial Investimentos também está com recomendação de compra para a Vale, pois acredita que ela deve se beneficiar de gatilhos tanto no curto quanto no longo prazo.

*Com informações da Reuters.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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