Vale (VALE3) avalia que licenciamentos estão mais “sofisticados” e lida com atrasos
A mineradora Vale (VALE3) avaliou nesta sexta-feira que os processos de licenciamento estão mais “sofisticados”, disse o principal executivo da divisão de ferrosos da empresa.
Essa situação é um desafio para a velocidade de implantação de novos projetos e aos planos da companhia de obter mais flexibilidade produtiva.
“Os processos de licenciamento ambiental no Brasil e, na verdade, em outras partes do mundo, estão ficando mais sofisticados, acho que esta é a melhor palavra para explicar”, disse vice-presidente executivo de Ferrosos da Vale, Marcello Spinelli, ao responder questão de analista sobre gargalos enfrentados pela companhia.
O processo de licenciamento mais lento está entre os fatores que levaram a mineradora a revisar para baixo seu guidance de produção da commodity, para um intervalo de 310-320 milhões de toneladas para 2022 (o anterior era de 320-335 milhões de toneladas).
Os procedimentos ficaram mais rigorosos após o desastre de Brumadinho (MG), que gerou uma série de restrições produtivas e colaborou para a Vale perder o posto de maior produtora de minério de ferro do mundo para a Rio Tinto.
Em teleconferência com analistas para comentar os resultados trimestrais, Spinelli disse que tais padrões mais rigorosos são vistos também na Amazônia, onde a companhia atua na região de Carajás (Pará), onde está seu principal complexo minerário.
“No Norte, é o mesmo, estamos dentro da Amazônia, estamos fazendo as melhores análises para garantir que temos segurança e a sustentabilidade na nossa área de ação na Amazônia”, disse, citando investimentos e trabalho mais próximo de autoridades para agilizar processos.
Ele afirmou que está “pessoalmente engajado no processo”.
“Essa é a realidade, e temos de trabalhar duro junto às agências para garantir que estamos fazendo a melhor coisa no processo de licenciamento.”
S11D
O executivo destacou como “grande notícia” a obtenção neste mês da licença de instalação para o projeto Serra Sul 120, o que vai permitir o início da “implementação” do empreendimento que consiste em aumentar a capacidade da mina-usina no S11D, no Pará, em 20 milhões de toneladas ao ano.
O início do projeto, antes previsto para a primeira parte de 2025, foi postergado para o segundo semestre daquele ano, devido ao replanejamento das obras em função de atrasos no licenciamento, informou a Vale em seu relatório financeiro na véspera.
Na Serra Norte, a Vale disse que o projeto Gelado, com capacidade de produção de 10 milhões de toneladas ao ano, está na reta final de construção e licenciamento para início da operação da primeira fase no último trimestre de 2022.
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