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Vale (VALE3): As razões por trás do pessimismo do Morgan Stanley

13 dez 2024, 15:52 - atualizado em 13 dez 2024, 15:59
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Vale caia mais 1% nesta sessão, renovando mínima do ano (Imagem: Reuters/Washington Alves)

Não é novidade que a Vale (VALE3) é altamente dependente da China.

E justamente por prever uma economia fraca para o país asiático que o Morgan Stanley rebaixou os papéis da mineradora para “equal-weight”, equivalente à neutra, e reduziu o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) de US$ 14,50 para US$ 11,30.

De acordo com o banco americano, a desaceleração do crescimento global representará desafios para as ações de
mineração, particularmente se a política econômica da China permanecer modesta e reativa.

O país luta para manter a economia aquecida com pacotes de estímulos, mas que, até agora, não foram suficientes para trazer o papel da Vale para patamares acima de R$ 70, como visto no ano passado.

“Em meio à incerteza da demanda, preferimos ações de metais básicos em vez de nomes de minério de ferro em perspectivas de oferta mais restritas”.

Ainda segundo o banco, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, como promete Donald Trump, trará impactos para a economia chinesa, diminuindo ainda mais a demanda pelo minério.

“Nossas equipes de commodities preveem déficits de fornecimento em cobre/alumínio/zinco enquanto veem o minério de ferro como excesso de oferta”.

O Morgan diz ainda que apesar do preço do minério de ferro relativamente alto, a ação teve desempenho inferior ao Ibovespa e dos concorrentes internacionais (BHP cai 23% e Rio Tinto 16% no ano, contra 27% da brasileira).

“Enquanto continuamos a ver valor de longo prazo nos ativos da empresa e somos encorajados por uma visão clara para 2030/equipe de gestão sólida em vigor (aqui), agora acreditamos que as ações continuarão a ser negociadas abaixo do valor intrínseco no curto prazo em meio à incerteza”, diz.

O banco também diz que embora esperasse que a liquidação do acordo de Mariana ajudasse a reavaliar as ações, os pagamentos mais altos resultantes limitarão o rendimento do FCF (fluxo de caixa livre) da Vale nos próximos anos.

A Vale pagará cerca de R$ 170 bilhões no acordo de indenizações de Mariana.

Os analistas estimam fluxo de caixa livre de 2,8% em 2025 e 5% em 2026, abaixo daqueles da Rio Tinto em 6,6% e 6,1%, e da Petrobras (PETR4) em 23,8% e 25,8%, respectivamente.

“Isso é importante porque tanto os investidores globais quanto os latino-americanos/locais têm opções de investimento mais atraentes, pelo menos nessa métrica”, diz.

Vale caia mais 1% nesta sessão, renovando mínima do ano.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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