Vale (VALE3): Alta das ações é uma ‘bolha’?
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As ações da Vale (VALE3) saltaram 30% nos últimos meses diante das expectativa da reabertura econômica chinesa, o maior cliente da mineradora brasileira. Porém, para o JPMorgan, a alta dos papéis superaram os fundamentos do próprio minério de ferro.
Com isso, o bancão cortou o preço-alvo da empresa para R$ 93 e recomendação neutra. De acordo com os analistas Rodolfo Angele e F. Yang, apesar da reabertura da China, os fundamentos do minério de ferro não mudaram materialmente.
Além disso, a commoditie deve se recuperar à medida que as chuvas diminuam no Brasil.
Para o JP, haverá uma melhor oportunidade de investir na Vale assim que os preços estiverem corretos (o banco vê o preço a US$ 95 contra os atuais US$ 127).
“Acreditamos que há muita confiança no preço do minério de ferro e esperamos que os preços sejam corrigidos no segundo trimestre de 2023”, coloca.
Por fim, o banco vê oportunidade nos resultados do primeiro trimestre e possíveis anúncios de dividendos podem ser um catalisador para os preços das ações. Porém, no médio prazo, o impulso do minério de ferro deve prevalecer.
Pessimismo com Vale
O JP não é único que está pessimista com a Vale. A Verde Asset, uma das maiores gestoras de ativos do Brasil, iniciou recentemente posição short nas empresas ligadas a commodities metálicas.
“Após expressiva valorização dos ativos globais e locais de commodities metálicas neste movimento de reabertura chinesa, e considerando a assimetria agora proposta por preços e cenários, iniciamos uma posição short em empresas do setor”, comentou, em carta mensal de janeiro.
Já Bruno Garcia, da Truxt Investimentos, revela que também está vendido.
“A reabertura da China deve pegar muito mais na parte de consumo e serviços e muito menos na parte de infraestrutura. Eu tenho sérias preocupações com base na população que está decrescendo. Até semana passada a Índia passou a China. O país está chegando perto de patamar de urbanização e a gente acha que o consumo de aço e ferro pode passar a cair”, argumenta.
Como se não bastasse isso, ele diz que a Vale está tendo uma gestão operacional atabalhoada, “com um relatório de produção e um guidance bastante fraco”.