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Vale (VALE3): Ainda não é hora de largar o papel, diz Safra; veja tamanho da valorização

06 ago 2024, 13:14 - atualizado em 06 ago 2024, 13:34
Vale
(Imagem: Vale/Divulgação)

O investidor de Vale (VALE3) não está tendo um ano fácil. Além do preço do minério de ferro, que recua, refletindo a fraqueza da China, o entrave na escolha do CEO e a multa a ser paga pela tragédia de Mariana pesam para o papel. Em 2024, a ação tomba 24% para o patamar de R$ 50, não visto desde a pandemia.

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Porém, os analistas do Safra seguem confiantes com a empresa. O banco reafirmou recomendação de compra, mas vê a ação com mais riscos, com preço-alvo R$ 73 (antes em R$ 80) para os próximos 12 meses, potencial de alta de 28% ante o último fechamento.

“Reduzimos nossas previsões de preços de commodities, mas permanecemos positivos sobre este caso de investimento com base em uma média de 10% a 11% de fluxo de caixa livre e rendimento de dividendos em 2024 e EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) em 2025Ee em 3,2x (abaixo da média dos últimos 5 anos de 3,7x e da média pré-Brumadinho de 5,9x)”, diz.

Na visão do analista Ricardo Monegaglia, a redução de riscos devido à menor preocupação com provisões adicionais e o processo de sucessão do CEO são os principais catalisadores para as ações nos próximos meses.

No primeiro caso, os executivos da empresa se limitaram a dizer que continuam “muito otimistas sobre a possibilidade de liquidar o acordo”.

“Todas as partes estão muito engajadas e nos próximos meses chegaremos em um acordo e nos termos financeiros chaves”, discorreu o CEO, Eduardo Bartolomeo, que deve deixar o cargo até o final do ano.

Porém, isso não foi suficiente para acalmar o governo. O ministro de Minas e EnergiaAlexandre Silveira, à Reuters, disse estar preocupado com a “falta de proatividade” das companhias.

A Vale vem travando uma batalha com a justiça para definir o valor a ser pago nas indenizações. Em junho, a empresa, junto com BHP e Samarco, apresentaram às autoridades nova oferta de acordo indenizatório pelo rompimento em Mariana, estimando um desembolso total de R$ 140 bilhões, mas ainda abaixo do demandado pelo poder público. Do montante total, R$ 37 bilhões já foram empenhados, segundo as companhias.

Riscos para Vale

Os analistas citam dois riscos para o preço das ações:

  • não for alcançado um acordo sobre o acidente de Mariana, uma vez que um “no-deal” pode impedir a Vale de reavaliar em direção à estimativa de descontos justos de 17% para o Rio e BHP;
  • os preços das commodities permanecerem abaixo das previsões, com mais risco para nossas curvas de preços de cobre e níquel, que estão bem acima dos preços spot, do que para o minério de ferro.

Além do preço-alvo, o Safra também reduziu as estimativas do Ebitda, que mede o resultado operaciona, em 2024 em 11%, para US$ 15.8 bilhões, e em 5% em 2025, para US$ 16,6 bilhões.

Essa redução nas estimativas de 2024-25, segundo o Safra, reflete visão mais negativa dos preços das commodities (por exemplo, minério de ferro, cobre e níquel) e dos custos totais/ponto de equilíbrio do Ebitda.

“Elevamos nossa estimativa de produção de longo prazo para cobre e níquel para levar em conta as estimativas atualizadas da Vale para sua divisão de Metais de Transição de Energia, mas nossas estimativas ainda estão abaixo das metas da empresa, pois preferimos esperar que as iniciativas amadureçam”, discorre.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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