Vale (VALE3) aguarda balança comercial da China enquanto minério de ferro avança
A Vale (VALE3) e as siderúrgicas iniciam a semana à espera da balança comercial da China. Os dados de abril sobre exportações e importações saem hoje à noite. Enquanto aguardam, o salto do minério de ferro no mercado futuro chinês (Dalian) alimenta expectativas sobre o ritmo da segunda maior economia do mundo.
O contrato futuro da commodity metálica mais líquido, com vencimento em setembro, fechou em alta de 2,62%, a 705 yuans a tonelada métrica, após ajustes. Durante o pregão, o minério de ferro oscilou de 722 yuans a 694 yuans, fechando a 721,50 yuans antes dos ajustes.
No pré-mercado em Nova York, os recibos de ações (ADRs) da Vale subiam 1,51%, reagindo aos ganhos do minério de ferro e antes dos dados da China.
China deve reduzir demanda por commodities
Após os índices dos gerentes de compras (PMI) sobre os setores industrial e de serviços do país em abril, a expectativa é de que os dados da balança comercial apontem na mesma direção. Ou seja, a atividade da indústria deve sentir a perda de tração das principais economias globais. Por outro lado, a demanda doméstica dos chineses continua crescente.
“A maioria dos dados sugere que a recuperação do setor de serviços continua forte”, comenta a Capital Economics, em relatório. O economista Julian Evans-Pritchard chama a atenção para os gastos durante o feriado de cinco dias no Dia do Trabalho, em especial com entretenimento e acomodação.
Aliás, o estrategista global da XP Investimentos, Paulo Gitz, e da estrategista de ações, Jennie Li, ressaltam que foi a primeira vez que o total gasto por chineses excedeu os níveis anteriores aos da pandemia. Além disso, o número de viagens locais entre o fim de abril e o início de maio saltou 71%, totalizando 274 milhões de pessoas.
Já do lado das fábricas, a queda do PMI do setor para abaixo da linha divisória de 50 sugere queda na demanda externa. “Com as economias avançadas prestes a entrar em recessão, é improvável que a força nas exportações continue por muito mais tempo”, emenda a Capital Economics, em relatório separado.
Com isso, a demanda da China por commodities deve diminuir, afundando os preços das matérias-primas, prevê a economista de mercados emergentes da consultoria, Kimberley Sperrfecheter.