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Vale (VALE3): Ação sobe forte, analistas comemoram, mas e os dividendos extraordinários?

25 out 2024, 17:33 - atualizado em 25 out 2024, 19:07
vale vale3
(Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Vale (VALE3) bateu o mercado com lucro de US$ 2,4 bilhões, acima dos US$ 1,8 bi projetados pelo consenso da Bloomberg. O número, junto com a alta do minério de ferro e a resolução do acordo de Mariana, transcorrido quase 10 anos da tragédia que vitimou 19 pessoas, em 2015, ajudou o papel a fechar em alta de 3,40%, a R$ 61,92.

Porém, parte dos investidores ainda esperam algum sinal de que a empresa possa pagar dividendos extraordinários. Pela política da Vale, cabe ao conselho de administração deliberar sobre remuneração adicional, via distribuição de dividendos extraordinários, a depender das condições.

Na teleconferência de resultados, pouco se falou da possibilidade. Em relatório enviado a clientes, o BTG traz um ponto: o trimestre mostrou praticamente zero geração de fluxo de caixa livre e um Ebitda negativo no segmento de níquel, que claramente precisa de atenção, dado o atual ambiente de preços pressionados.

Segundo o banco, o fluxo de caixa livre permanece sob pressão devido a “outras despesas” elevadas, sem dividendos extraordinários esperados nos próximos anos.

“Diante desse ambiente de fluxo de caixa livre pressionado e baixos dividend yields na faixa de 6-7%, mantemos nossa recomendação neutra, embora reconheçamos os progressos importantes que a gestão fez recentemente”, afirmou.

A dívida líquida expandida da Vale totalizou US$ 16,5 bilhões, US$ 1,8 bilhão a mais no trimestre, impulsionada pelo aumento das provisões relacionadas a Mariana (+US$ 1,0 bilhão para US$ 4,7 bilhões).

Vale: Privilegiar segurança

No Giro do Mercado desta sexta, o analista da Empiricus, Ruy Hungria, diz que ainda não é possível descartar dividendos extraordinários. Contudo, o investidor não deveria focar nisso nesse momento.

“Esse peso que tinha sobre as reparações envolvendo a Samarco tira um pior cenário possível. No fim, o que ficou acordado é um número inferior ao que o mercado esperava, de até US$ 2 bi, e acabou sendo US$ 1 bilhão. Com essa questão da China, precisamos ter muita certeza do que está acontecendo. Entendemos que a gestão da Vale, nesse momento, deve primar pelo conservadorismo”, coloca.

O que fazer com as ações da Vale após o resultado? Saiba a resposta no Giro do Mercado desta sexta-feira:  

 

Ainda segundo o analista, enquanto a situação da China continuar nebulosa, a companhia precisa focar na estrutura de capital, que ‘construa um colchão’ para conseguir passar pelo momento mais difícil’. “Se o cenário melhorar, ela distribui esses dividendos de uma maneira mais segura”, completa.

A Genial calcula que comparada a seus pares (BHP, Rio Tinto e Fortescue), a Vale segue como a mineradora mais descontada no mercado global, negociada a um múltiplo EV/Ebitda para 25 de 3,1x (vs. 5,0x na média histórica).

O fluxo de caixa yield 25E de 14,5% entrega suporte a um dividend yield 10%, aliado ao programa de recompra de ações.

“Olhando para esse cenário, não vemos como nossas premissas já pessimistas poderiam ser subdimensionadas. Pelo contrário, reforçam a ideia que “pegamos pesado” com a Vale em nosso modelo e mesmo assim ele gera upside vs. o atual nível de valuation das ações. Estamos convictos que o mercado penaliza em excesso da companhia”, diz.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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