Vale (VALE3) a R$ 90: O que 9 analistas recomendam fazer com ação após produção do 3T24
A Vale (VALE3) abriu os números do terceiro trimestre indicando que vai cumprir a promessa de aumentar a produção no ano. Em setembro, a empresa revisou o seu guidance (projeção) com a expectativa de produzir até mais 10 milhões de toneladas do que o previsto anteriormente.
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No Ibovespa, as cifras foram bem recebidas, com a ação subindo 1,47%, a R$ 62. Mas quem não gostou nada foram os traders de minério de ferro; os contratos fecharam em 782,5 iuanes (109,92 dólares) a tonelada, baixa de 1,88%, justamente por conta do aumento da produção. O temor é que o mercado não consiga absorver a oferta.
Ao todo, a companhia produziu 91 milhões de toneladas, alta de 5,5% em relação ao mesmo período do ano, o maior patamar desde o quarto trimestre de 2018. O número superou as expectativas de analistas, que, na média, esperavam 85 milhões de toneladas.
Segundo o BB Investimentos, os números mostram que a companhia está sendo bem-sucedida em sua estratégia de busca de um crescimento sustentável no desempenho de suas operações.
Em termos de realização de preço, a média foi de US$ 90,6/t para finos de minério de ferro, o que refletiu os menores preços de minério de ferro no período, que foram compensados pelo efeito positivo dos ajustes provisórios de preços e pela maior qualidade média do mix de vendas.
O que esperar do resultado da Vale, depois do relatório de produção recorde?
Na visão do Safra, a produção de níquel (alta de 12%) e minério de ferro (5%) foram os destaques do trimestre, o que sinaliza que os números do terceiro trimestre trazem flexibilidade para a Vale atingir o ponto médio e o limite superior do guidance.
O volume de produção estimado para o minério de ferro para 2024 ficou na faixa de 323 milhões a 330 milhões de toneladas, ante faixa de 310 milhões a 320 milhões de toneladas estimadas anteriormente.
Para o Itaú BBA, houve melhora no portfólio de qualidade média da Vale, com menores vendas de produtos
com alto teor de sílica e maior produção no Sistema Norte, que abrange a região do Pará.
Já a Genial destaca que a mineradora reportou números positivos do lado operacional, que bateram a expectativa na divisão de ferrosos, tanto para produção quanto para embarques, em finos de minério de ferro e em pelotas.
A casa diz ainda que os fortes números de produção e vendas de pelotas merecem destaque, marcando entregas bem acima das expectativas, alcançando a maior produção trimestral desde 2018.
Ainda assim, diz, o preço realizado em finos de minério de ferro foi uma decepção. A queda foi provocada, sobretudo, pela alta oferta nos portos da China ante uma demanda doméstica menor, que provocou desaceleração profunda na curva 62% Fe durante (recuo de 11,3%).
Força no Ebitda da Vale
Com a produção maior, o Bradesco BBI vê uma possível revisão na projeção de Ebtida, que mede o resultado operacional.
Para o banco, os resultados representam um risco de alta de 3% para a estimativa de Ebitda de US$ 3,4 bilhões, o que, no entanto, não evitaria um tombo de 14% no trimestre e 24% no ano. Os resultados serão divulgados em 24 de outubro.
Por outro lado, o Santander diz que os valores apoiam as expectativas para o Ebitda do terceiro trimestre da Vale de US$ 3,5 bilhões.
O Itaú BBA vai na mesma linha ao dizer que está confortável com a estimativa de Ebitda do terceiro trimestre de US$ 3,35 bilhões.
O que fazer com Vale?
Em relatório, o BTG reafirmou sua recomendação de neutralidade com o papel. De acordo com o banco, é preciso esperar maior clareza sobre os desafios e o ambiente macro antes de fazer qualquer mudança significativa.
“As negociações com a Samarco estão em andamento e parecem estar progredindo bem (espera-se que o acordo seja concluído em alguns dias/semanas). Com relação à sucessão do CEO, consideramos a recente nomeação tranquilizadora, pois ressalta a força da governança da Vale”, escrevem.
Apesar disso, os analistas afirmam que o ambiente macroeconômico da China continua vulnerável, aumentando a pressão em todo o setor siderúrgico e criando uma pressão significativa para os preços do minério de ferro.
“Em termos de valuation, ainda temos dificuldade em ver um aumento substancial, com as ações sendo negociadas a ~4x Ebitda para 2024 e dividend yields próximos a ~7%.
O BTG também vê revisões negativas para a empresa em 2025, uma vez que os investidores sinalizam para o mercado um ambiente de preços de minério de ferro materialmente mais fraco à frente.
Visão contrária tem o Santander, porém. O banco tem a Vale como favorita no setor, enquanto prevê o preço de minério de ferro de US$ 100/t (termos reais) em perpetuidade.
Além disso, assumi um múltiplo EV/Ebitda (valor de firma sobre resultado operacional) justo de 4,5x.
O Bradesco diz que a perspectiva da empresa melhorou significativamente nos últimos meses.
Também vê a orientação de produção para 2024 como alcançável para todos os segmentos, embora a produção de pelotas pareça mais desafiadora.
“A avaliação da Vale continua atraente, comas ações sendo negociadas a 3,8x EV/EBITDA e 12% de rendimento de FCF (fluxo de caixa livre) estimado para 2025 (minério de ferro em US$ 105/t em média)”.
Veja as recomendações abaixo:
Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
---|---|---|
Itaú BBA | Compra | US$ 13* |
BofA | Neutra | US$ 13,5* |
Santander | Compra | R$ 90 |
XP | Compra | R$ 82 |
Genial | Compra | R$ 78.5 |
BB Investimentos | Compra | R$ 74 |
Safra | Compra | R$ 73 |
BTG | Neutra | R$ 65 |
Bradesco BBI | Compra |
*preço-alvo das ADRs