Vale (VALE3): A divisão com bom potencial e que está ‘amplamente desvalorizada’, segundo o BTG
A Vale (VALE3) quer transformar o negócio de metais básicos em sua plataforma de crescimento, com o minério de ferro já definido para continuar como seu principal gerador de caixa, avaliam Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, do BTG Pactual.
A mineradora precisa acelerar o Capex para as iniciativas de crescimento, porém, os investidores continuarão exigindo dividendos. Tornando o negócio de metais básicos um veículo dedicado, com gestão e modelos de governança adequados e financiado, a Vale atenderá ambas as necessidades, dizem os analistas.
Correa, Greiner e Lima ainda afirmam que a companhia tem uma “sólida base de ativos” na América do Norte, Brasil e Indonésia, com oportunidades de crescimento relevantes, além de uma série de recursos inexplorados.
Quando a reviravolta chegará ao investidor?
A Vale estabeleceu cinco pontos-chave a serem enfrentados para completar a virada da divisão de metais básicos:
- Tornar-se referência em segurança e sustentabilidade;
- Novo pacto com a sociedade;
- Excelência de ativos, que inclui aumento de 20% a 30% na produtividade da mina no Atlântico Norte;
- Pivotar produtos de Ni para a cadeia de fornecimento de carros elétricos;
- Entregar o futuro por meio de projetos de crescimento, bem como acelerar a exploração.
Os analistas ainda destacam que a Vale tem ativos bem-posicionados no ramo. Os recursos de níquel somam 3 milhões de toneladas (Mt) no Canadá e 8 Mt na Indonésia. Para o cobre, 14 Mt no Brasil e 18 Mt na Indonésia, que devem ser aproveitados por projetos de crescimento à frente.
Correa, Greiner e Lima, do BTG, ressaltam que, embora a meta para o propósito de desbloqueio de valor tenha sido definida, a estrutura real não foi. Além disso, a administração só deve apresentar um plano até o fim do ano.
Os mercados de níquel e cobre
A Vale estima que a demanda de níquel cresça para 6,2 Mtpa (toneladas por ano) até 2030, o que, segundo os analistas do BTG será impulsionado principalmente pelo aumento da demanda por
bateria.
As vendas globais de veículos elétricos, por exemplo, devem atingir 11 milhões de unidades em 2022 — 5 vez mais que 2019 — e 38 milhões de unidades até 2030.
Do lado da oferta, a Indonésia é o país mais relevante em termos de recursos e produção, mas a Austrália e o Canadá também desempenharão um papel importante no cumprimento do mercado.
Ainda assim, espera-se um déficit de 500-600 ktpa (quilotoneladas por ano) nos mercados.
Em relação ao cobre, o crescimento da demanda também deve superar a oferta. Estima-se que a demanda por cobre atinja 37Mtpa até 2030, que será impulsionada não só pelo crescimento das vendas dos carros elétricos, mas também pelo aumento da produção de energia renovável.
A oferta, por outro lado, é restrita com teores em declínio e diversas incertezas regulatórias. Espera-se um déficit de 3 a 4 Mtpa até 2030.
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