Vale (VALE) sai da casa dos R$ 80 para R$ 60 por ação; oportunidade a vista
A Vale (VALE3), uma das gigantes mundiais do minério de ferro, andou decepcionando este ano. Mas por ser uma empresa muito grande e expressiva mundialmente, é um papel que deve ser considerado, principalmente para investimentos de longo prazo.
Nos curto e médio prazos os riscos são maiores devido às oscilações do mercado mundial, não só no que diz respeito à demanda por minério da China.
Os Estados Unidos vivem um dilema com a elevação ou não de sua taxa de juros. A inflação resistente sugere aumento, mas o risco de esfriamento econômico é grande. Só o futuro para mostrar no que vai dar.
E é claro que as crises ou as perspectivas de crises afetam, de alguma forma, os resultados das empresas em geral, a Vale entre elas, mesmo com todo seu gigantismo.
Tanto que no último trimestre a mineradora registrou queda de 58,8% em seu lucro líquido na comparação com igual período do ano passado.
Uma das razões para o lucro menor foi a queda na demanda das siderúrgicas, especialmente na China. Isso levou a uma diminuição nos preços do minério de ferro, afetando negativamente os resultados financeiros da Vale.
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O setor imobiliário chinês, que é um dos maiores compradores de aço e ferro, não passa por um momento muito positivo.
As vendas do setor arrefeceram contribuindo assim com a baixa da demanda e a elevação dos estoques da própria Vale. A própria dúvida sobre o aumento ou não da procura por minério de ferro ajuda a piorar os resultados da mineradora brasileira.
Mas há outras questões que devem ser consideradas. Os custos de produção continuam elevados, reduzindo a rentabilidade.
Como o estoque estava alto, houve a necessidade de comercializá-lo a um preço menor, o que também impactou a lucratividade.
E até mesmo a diminuição no valor do custo do frete, devido à redução do preço do diesel e uma quantidade menor de contratos de liquidação imediata (spots), impactou negativamente nos resultados do trimestre.
O resultado disso tudo pode ser visto não só pelo balanço da empresa, mas também pelo desempenho na B3. Apesar de uma leve recuperação de 5,01% nos primeiros seis pregões de junho, no ano os papéis da Vale acumulam perdas de 22,94%.
A alta oscilação é um convite para o day trade, mas um perigo para investimentos de curto prazo e bem arriscados para os de médio prazo porque não dá para prever quando todos os eventos geradores de crise vão terminar ou, se não terminarem, quando o mercado global estará devidamente alicerçado para segurar a onda de acontecimentos negativos.
Para o investidor que pensa a longo prazo, como citei logo no início deste artigo, a oportunidade é boa porque o preço da ação da Vale está um pouco mais convidativo.
Pode parecer que R$ 67 é um valor um tanto salgado, mas vale lembrar que o papel da mineradora normalmente ultrapassa os R$ 80 e não raramente ultrapassa os R$ 90, como aconteceu em janeiro deste ano quando o preço ultrapassou os R$ 95.
Outro fator que deve ser considerado pelo investidor é que a Vale sempre foi boa pagadora de dividendos, o que a torna ainda mais atrativa.
É verdade que neste ano a empresa fez um corte bilionário reduzindo em US$ 1,8 bilhões os proventos pagos em comparação com o primeiro trimestre de 2022. Mas isso é efeito da redução na lucratividade, coisa do momento.
Com seu porte e peso no mercado global, assim que a economia entrar no eixo, os detentores de papéis da Vale vão voltar a sorrir.