Vale: Ter ações antes do resultado pode ser arriscado, aponta Credit Suisse
O investidor deve ter cautela sobre o impacto do resultado de 2018 da Vale (VALE3), aponta o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (26). Em um método de análise proprietário conhecido como HOLT (veja explicação abaixo), o banco avalia a rentabilidade, momento e avaliação para identificar as oportunidades no mercado.
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Nesta análise publicada hoje, a ação da Vale recebe um alerta sobre as possíveis revisões de indicadores de rentabilidade.
Segundo o Credit Suisse, os investidores ficarão concentrados no impacto do colapso da barragem de Brumadinho no desempenho futuro e na qualidade atual do balanço patrimonial.
“Apesar de a HOLT ajustar os níveis CFROI [rentabilidade] da Vale para efeitos pontuais relacionados ao desastre, espera-se que o balanço patrimonial da empresa se deteriore, dadas as provisões ambientais previstas, várias multas a pagar, etc. A provável maior alavancagem da Vale a partir de passivos equivalentes ao endividamento pode pressionar o custo de capital no modelo HOLT”, alerta a análise.
Com isso, apesar de o indicador de rentabilidade (CFROI) ainda estar positivo, pode pode ser afetado negativamente em breve.
A Vale divulgará no dia 27 de março, após o fechamento dos mercados, seu desempenho financeiro do quarto trimestre e de 2018.
O método é composto por três principais componentes:
1 – Rentabilidade: A empresa gera elevados retornos sobre o capital em relação aos pares? A administração se apega aos princípios de geração de valor ao privilegiar bons investimentos e se livrando dos ruins?
2 – Momento: O consenso sobre as estimativas de lucro por ação está melhorando ou piorando? O preço tem sido forte ou fraco no último ano?
3 – Avaliação: As avaliações de mercado para o lucro por ação também são acompanhadas por múltiplos ajustados contabilmente?