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Vale, Suzano, CSN, Gerdau… quem ganha e quem perde com o dólar alto?

20 mar 2020, 14:25 - atualizado em 20 mar 2020, 14:25
Vale
Avanço: Vale é uma das empresas que melhoraram nos últimos anos, segundo o Itaú BBA (Imagem: Vale/Janaina Duarte)

O dólar acima de R$ 5 pode parecer uma boa notícia para os produtores brasileiros de commodities, já que a cotação internacional e as exportações acompanham a moeda americana. Mas, para o Itaú BBA, é preciso olhar a situação com mais cautela.

Isto porque, não são apenas as receitas que podem subir com o dólar caro – as dívidas atreladas à moeda estrangeira também. Pensando nisso, o analista Daniel Sasson avaliou as perspectivas das companhias que operam no setor.

A boa notícia é que, de uma forma geral, “os riscos de liquidez no curto prazo são limitados, graças a fortes posições de caixa e perfis de amortização de dívidas estendidos”, segundo Sasson.

Mas há algumas nuances, devido ao impacto contábil da chamada marcação a mercado das dívidas – isto é, a obrigação de atualizar as dívidas de acordo com o câmbio presente, o que infla os compromissos em momentos de desvalorização do real, mesmo que o desembolso efetivo só ocorra tempos depois.

O Itaú BBA acredita que as empresas de papel e celulose, Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), sentirão mais o impacto do câmbio sobre as dívidas. No setor de commodities metálicas e minerais, a CSN (CSNA3) pode ver sua relação dívida líquida/ebitda voltar para 4,5 vezes.

Por outro lado, os balanços da Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) “estão melhores, quando comparados aos dos anos 2015-2016, enquanto as empresas de P&P [papel e celulose, na sigla em inglês] estão mais alavancadas devido a fusões e aquisições e projetos de crescimento”.