Comprar ou vender?

Vale se tornou “previsível, sustentável e agressiva”, avaliam analistas

02 abr 2018, 15:01 - atualizado em 02 abr 2018, 15:01
Vale
Para o Credit Suisse, a nova política reafirma o compromisso da Vale com a devolução de valor aos seus acionistas

A Vale (VALE3) arrancou suspiros do mercado ao anunciar, na semana passada, uma nova política de pagamento de dividendos. A mineradora irá distribuir 30% da geração de caixa (medida pelo Ebitda), descontado os investimentos do primeiro semestre, para a parcela em setembro, e do segundo semestre, para a de março. Um valor adicional ainda poderá ser decidido, eventualmente, pelo Conselho de Administração.

Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito

Para o Credit Suisse, a nova política reafirma o compromisso da Vale com a devolução de valor aos seus acionistas e coloca a empresa como uma das maiores pagadoras de dividendos no mercado global de commodities. “Reiteramos que a Vale é nossa escolha principal na cobertura da América Latina”, ressaltam os analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha. O yield projetado, dividendo pago por ação em relação ao preço do papel, de entre 5% e 6,6% entre 2018 e 2021.

O analista Marcos Assumpção do Itaú BBA avalia que a política é clara e transparente, permitindo aos investidores prever melhor o momento e a quantidade das distribuições de dividendos aos acionistas. Ele destaca, em um relatório intitulado “previsível, sustentável e agressiva”, que a base acionária da Vale poderá ser ampliada ao atrair investidores e fundos focados em dividendos.

O BTG Pactual aposta que vale a pena aguardar por dividendos extraordinários no segundo semestre de 2018, tendo em vista que os valores propostos são os mínimos. “Em outras palavras, a Vale ainda terá cerca de 50% do fluxo de caixa livre para: distribuir, investir ou desalavancar. Dado que as oportunidades de investimento são escassas neste momento e a alavancagem está se movendo para níveis muito baixos, acreditamos que os retornos de caixa são a rota mais provável”, explicam Leonardo Correa e Gerard Roure.