Vale: se isto era o pior que poderia acontecer em 2020, então, tudo bem
Os primeiros relatórios sobre os resultados divulgados pela Vale (VALE3), referentes ao primeiro trimestre, mostram um certo alívio dos analistas, diante os impactos da pandemia de coronavírus e a interrupção da produção, devido às fortes chuvas em algumas regiões do Brasil no período.
Desconsiderando-se alguns números ligeiramente acima ou abaixo das expectativas, a impressão geral é de que a companhia resistiu bem àquele que deve ser seu pior trimestre em 2020.
Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, que assinam o relatório do Credit Suisse obtido pelo Money Times, resumem o sentimento geral do mercado.
“Embora os resultados venham bem abaixo do potencial [da Vale], cremos que este trimestre marcará, provavelmente, o ponto mais baixo do ano, já que os embarques de minério de ferro tendem a se recuperar à frente.”
O Credit Suisse reforçou sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ADRs (American Depositary Receipts) da Vale negociadas na Bolsa de Nova York, com preço-alvo de US$ 15.
Recuperação gradual
O BTG Pactual (BPAC11) também não viu nada que o preocupasse. Na mesma linha do banco suíço, o banco brasileiro considera que o primeiro trimestre deve ter sido o pior momento da Vale neste ano, o que indica uma recuperação gradual dos números nos próximos meses.
“Enquanto as ações da Vale estão, inegavelmente, baratas sob qualquer métrica, acreditamos que a história de redução do risco do papel será gradual”, dizem Leonardo Correa e Caio Grener, que assinam a análise do BTG.
A dupla acrescenta que, “com a China se recuperando antes, e um balanço com baixa alavancagem, estamos confiantes que a Vale pode apresentar desempenho superior ao mercado (outperform) no curto prazo”.
Por isso, o BTG reiterou sua recomendação de compra dos papéis, com preço-alvo de US$ 13 para as ADRs negociadas em Nova York.
Num breve comentário no relatório de abertura de mercado, a Ágora Investimentos também reforçou a tese de que não houve surpresas nos números divulgados, apesar das fortes quedas em linhas como o ebitda e o volume de minério embarcado.
“A boa notícia é que todos esses fatores negativos devem ser revertidos nos próximos trimestres”, anotaram Thiago Lofiego e José Cataldo, responsáveis pela análise da Ágora. A dupla reafirmou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 58 para as ações ordinárias (VALE3).