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Vale: retorno de dividendos de até 12% é grande demais para ignorar

11 set 2020, 10:30 - atualizado em 11 set 2020, 10:30
Vale Itabira VALE3
Mina de lucros: para Credit Suisse, dividendos da Vale são atraentes (Imagem: Janaina Duarte/Vale)

Após a Vale (VALE3) anunciar, na noite de ontem (10), o pagamento de R$ 2,41 em proventos por ação, dos quais, R$ 1,41 como dividendos, e R$ 0,99 como juros sobre capital próprio, os analistas do Credit Suisse sacaram sua calculadoras para revisar suas estimativas. A conclusão é que, agora, o retorno de dividendos da mineradora pode chegar até 12%.

Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, que assinam o relatório obtido pelo Money Times, afirmam que, para alcançar esse nível de retorno, algumas condições devem se alinhar. Primeiro, os proventos anunciados nesta quinta-feira já embutem um retorno de 4,1%, com base na cotação de fechamento dos papéis.

Segundo: o banco suíço estima que, para cumprir sua política de remuneração dos acionistas, a Vale deveria distribuir R$ 1,330 milhão em dividendos somente em setembro, com base nos resultados do primeiro semestre. Isso significa, segundo o Credit Suisse, que o conselho de administração da Vale aprovou uma distribuição de R$ 1 bilhão na reunião de ontem.

Não é sonho

Os analistas acrescentam que a Vale tem condições de gerar um retorno mínimo de 7% em dividendos no ano que vem, desde que o preço médio do minério de ferro permaneça em US$ 81 por tonelada.

“Mas, se incluirmos possíveis pagamentos extraordinários de dividendos, baseados na meta informal [da Vale] de R$ 10 bilhões de dívida líquida expandida (que inclui as provisões para Brumadinho), chegaremos a um retorno potencial de 12%”, explica a dupla.

O Credit Suisse acredita que este nível de retorno é factível, já que o nível de endividamento da Vale deve continuar recuando nos próximos meses.

“Cremos que dividendos extraordinários adicionais, nos próximos períodos, parecem cada vez mais prováveis, e os retornos potenciais são grandes demais para ignorar”, acrescentam os analistas.

Por isso, o banco suíço reafirmou sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE) negociadas nos Estados Unidos. O preço-alvo é de US$ 16, o que embute uma alta potencial de 44% sobre o fechamento de ontem.

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