Vale reforça metas e ganha confiança dos analistas
A Vale (VALE3) realizou nesta quarta-feira (16) seu Investor Tour de 2020, que contou com a presença de analistas e investidores e a equipe de administração da companhia. Os executivos discutiram em detalhes as iniciativas adotadas pela mineradora para atingir a meta de produção de 400 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
A Ativa Investimentos, o Safra e o UBS saíram do evento ainda mais confiantes com a tese de investimento da Vale.
Durante a conferência, os representantes da empresa reforçaram que a companhia tem todas as ferramentas necessárias para atingir o plano de produção por meio da criação de buffers de capacidade. Além disso, a Vale também está comprometida em expandir o portfólio de produtos premium, de 85% a 90%.
Ilan Arbetman, analista da Ativa, elogiou as medidas citadas pela mineradora e demonstrou otimismo quanto à retomada de seu nível produtivo.
“Seguimos recomendando a compra dos papéis da empresa, acreditando no sucesso de sua estratégia em se firmar como uma ofertante premium best in class”, comentou. O preço-alvo indicado pela corretora é de R$ 72,15.
Sistema Norte
Considerado o principal vetor de crescimento da Vale, o Sistema Norte conta com capacidade atual de 202 milhões de toneladas por dia. A meta da companhia é chegar a 230 milhões de toneladas diárias até o fim de 2022 – especialmente agora, com o ramp-up de produção.
“A companhia espera obter uma licença ambiental que permitirá a retomada da produção em Serra Leste, adicionando capacidade de 6 milhões de toneladas por dia (poderia subir para 10 milhões em 2022/23)”, afirmaram Conrado Vegner e Victor Chen, analistas do Safra. Adicionalmente, a Vale planeja abrir novas cavas após a obtenção de licenças em Serra Norte e instalar novos trituradores em S11D.
O banco reforçou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) do papel, com preço-alvo para 2020 de R$ 74,40.
Dívida líquida
A Vale deixou bem claro que pretende chegar a uma dívida líquida expandida (considerando arrendamentos, swaps cambiais e provisões) de US$ 10 bilhões ao fim do ano.
A meta veio como uma surpresa para o time de análise do UBS, visto que a empresa encerrou o segundo trimestre do ano com dívida líquida de US$ 15,3 bilhões.
Em relatório divulgado aos clientes, os analistas do banco Andreas Bokkenheuser, Cleve Rueckert e Cadu Schmidt defenderam que a dívida líquida expandida não deve ser uma restrição para o pagamento de caixa adicional em dividendos.
Baseando-se na continuidade da trajetória de qualidade do minério de ferro e no avanço de algumas conversas com promotores, o UBS reiterou a compra da ADR (American Depositary Receipt) da Vale (VALE), com preço-alvo para os próximos 12 meses de US$ 13.