Vale pode ter chegado ao pico operacional, dizem analistas
O resultado da Vale no primeiro trimestre, o maior desde 2013, pode ter representado o pico operacional do ano, avaliam analistas após a divulgação do balanço nesta quinta-feira. Beneficiado pelo preço do minério de ferro, o lucro líquido chegou a US$ 2,49 bilhões, alta de 40,2% em relação ao observado um ano antes.
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“A Vale fechou 2016 muito bem e começou 2017 em grande estilo. Ficamos muito orgulhosos com essa recuperação da companhia após vários anos”, destaca o diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores da mineradora, Luciano Siani, em vídeo disponibilizado no site da companhia.
Para o analista da Ativa Investimentos Phillip Soares, a mineradora – como a maioria das empresas de commodities – acaba muito exposta ao preço do produto que vende. “Nós aqui na Ativa, apesar da escalada recente do minério de ferro, não enxergamos o fundamento para a subida. Temos uma economia chinesa em desaceleração suave, com um setor siderúrgico em consolidação e acumulando grande quantidade de minério a título de estoque”, pontua.
Desalavancagem
Apesar da expectativa de preços menores, a Vale aposta em mais eficiência. “A companhia está na trajetória de desalavancagem e nos próximos trimestres vamos atingir resultados ainda melhores”, afirma Siani.
Os analistas do BTG Pactual Leonardo Correa e Caio Ribeiro compartilham da mesma visão, mas entendem que a parte operacional pode ter alcançado o nível mais alto de 2017.
“A história de desalavancagem é visível, e continua a ser o núcleo da tese de investimento. Tudo considerado, com um preço muito mais baixo do minério de ferro hoje (e uma visão mais fraca para o segundo semestre, em nossa opinião) e nenhuma convicção em uma retomada nos preços de metal de base, nós tememos que o primeiro trimestre poderia marcar o pico para 2017, mesmo considerando uma recuperação de volumes relevantes”, avaliam.
Governança
Apesar disso, a Ativa lembra que a mineradora está em um processo de melhora na governança corporativa, o que também pode ter um efeito positivo sobre as ações ao longo do ano.
“A recente decisão de acabar com o bloco de controle deverá valorizar ainda mais a companhia, fortalecendo a governança corporativa e trazendo a Vale para o nível dos seus pares globais em mais esse quesito”, ressalta Soares.