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Vale mostra previsibilidade e seduz novos investidores

26 jul 2018, 8:01 - atualizado em 26 jul 2018, 1:53

O resultado da Vale (VALE3) veio em linha com o que o mercado esperava no segundo trimestre de 2018, mas também passou uma forte mensagem ao anunciar uma forte distribuição de dividendos (R$ 7,7 bilhões) e um plano de recompra de ações de US$ 1 bilhão, o que deixa clara a visão da administração sobre a subvalorização dos papéis no mercado.

Um dos pontos em comum levantados pelos analistas foi o preço realizado dos produtos vendidos e o prêmio de qualidade da Vale, que atingiu um recorde de US$ 7,1 por tonelada no período, mostrando que a mineradora está bem posicionada para se beneficiar da tendência estrutural de “flight to quality”.

A empresa apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 7,571 bilhões no segundo trimestre de 2018, um crescimento de 144,5% na comparação com um ano antes. Sem excluir os efeitos não-caixa, como flutuações cambiais, o lucro líquido ficaria em R$ 306 milhões.

A receita operacional líquida ficou em R$ 31,234 bilhões, avanço de 33,7% na comparação com o mesmo período de 2017. O Ebitda cresceu 60,6% e foi a R$ 14,187 bilhões. O crescimento é resultado do impacto positivo da variação cambial (R$ 2,3 bilhões), maiores volumes de vendas (R$ 646 milhões) e maiores dividendos (R$ 360 milhões), parcialmente compensados por maiores custos e despesas (R$ 1,1 bilhão) e menores preços de vendas (R$ 891 milhões).

Avaliação

Para o Credit Suisse, o balanço do segundo trimestre enfatiza a previsibilidade da empresa. “A recompra de US$ 1 bilhão traz uma forte mensagem para o mercado sobre a confiança de geração de caixa futura e aumenta a probabilidade de dividendos extraordinários no segundo semestre de 2018, em nossa visão”, explicam os analistas Ivano Westin, Renan Criscio  e Rafael Cunha. A recomendação é outperform (desempenho acima da média do mercado).

“Com uma impressionante alocação de capital, e a empresa com um plano de jogo claro para os próximos anos – diversificar dentro de sua base de ativos – acreditamos que a história da ação tenha reduzido o risco materialmente”, apontam Leonardo Correa e Gerard Roure do BTG Pactual. O banco recomenda compra das ações e projeta a chegada de uma nova base de investidores atraída pelo pagamento de dividendos.

O banco Safra reitera a recomendação outperform e avalia que as ações estão sendo negociadas em múltiplos atrativos e sem uma mudança fundamental no caso de investimentos da Vale, apesar das preocupações do mercado sobre a demanda chinesa e da escalada das tensões no comércio global. “Mantemos uma visão positiva dos preços do minério de ferro, que estimamos em US$ 65 para 2018 e na perpetuidade (contra US$ 57 por tonelada embutidos no preço atual das ações)”, aponta o analista Yuri Pereira.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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