Vale: forte geração de caixa e retomada de dividendos elevam preço-alvo fixado pelo Credit Suisse
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A ação da Vale (VALE3) está ficando muito atrativa para os investidores ignorarem, defendeu o Credit Suisse. Os analistas atualizaram o modelo de investimento da companhia ao incorporar os resultados do segundo trimestre do ano e novas perspectivas de preço e embarque de minério de ferro.
O banco manteve a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para o papel, com indicação de um novo preço-alvo de US$ 18 para a ADR (American Depositary Receipt) da companhia (VALE).
“Achamos que o valuation da Vale de 2 vezes o EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2021 parece excessivamente descontado comparado aos gigantes australianos, negociados em torno de 5,4 vezes”, comentaram Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, autores do relatório divulgado nesta quarta-feira (30) aos clientes.
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A sólida geração de caixa e a distribuição generosa de dividendos são outros dois pontos que reforçam a indicação do Credit Suisse. O banco vê a Vale gerando um FCF yield de 22% em 2021, incluindo os desembolsos com Brumadinho.
“Dada a meta de US$ 10 bilhões em dívida líquida da Vale, e considerando que a companhia não tem um ciclo de investimento agressivo pela frente, acreditamos que [o pagamento de] dividendos extraordinários adicionais é só uma questão de tempo”, afirmaram Ribeiro e Galvão. “Pelos nossos cálculos, o dividend yield mínimo para o próximo ano já deve valer generosos 10%”.
Expectativas menores
O Credit Suisse reduziu as estimativas para a capacidade de produção da Vale em 2021, pois está um pouco cético quanto ao sucesso da empresa em produzir 375-395 milhões de toneladas no período. Os analistas decidiram incorporar uma estimativa de 350 milhões de toneladas para os volumes de embarque de minério de ferro no próximo ano.
O banco ainda revisou as projeções para o Ebitda da companhia, que deve atingir US$ 24,2 bilhões em 2021.