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Vale: falta de acordo com governo de Minas Gerais sobre Brumadinho não impacta ações, diz XP

18 nov 2020, 15:11 - atualizado em 18 nov 2020, 15:11
Vale Mineração Empresas
A Vale enviou uma proposta de acordo global de aproximadamente R$ 21 bilhões, valor muito abaixo do esperado, de R$ 54 bilhões (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

A falta de um acordo entre a Vale (VALE3) e o governo de Minas Gerais quanto aos valores da reparação de Brumadinho não impacta as ações da mineradora, disse a XP Investimentos.

“Acreditamos em um impacto neutro no mercado, uma vez que essas discussões já vem ocorrendo há um tempo e não houve definição sobre o montante a ser pago”, comentou o analista Yuri Pereira.

Em audiência realizada ontem, o governo de Minas Gerais rejeitou a proposta financeira apresentada pela Vale referente às reparações pelo rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho. De acordo com as autoridades governamentais, a oferta da mineradora “não está em conformidade com as premissas que haviam sido acordadas”.

A Vale enviou uma proposta de acordo global de aproximadamente R$ 21 bilhões, valor muito abaixo do esperado, de R$ 54 bilhões.

Mateus Simões, secretário-geral do Estado, disse que as discussões não envolvem apenas valores. O governo de Minas Gerais não aceitou certas condições, vistas como problemas de “organização do acordo”, apresentadas pela empresa.

Uma nova audiência está marcada para o dia 9 de dezembro. De acordo com a Guide Investimentos, esse foi um dos pontos positivos da reunião.

“O mercado havia precificado no pregão de ontem que algo positivo e conclusivo pudesse ocorrer durante a audiência. O resultado foi a extensão do prazo do pagamento emergencial até o final do ano e uma nova audiência marcada para 9 de dezembro”, destacou a corretora.

Barragem na mina de Brucutu

A XP reforçou a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 85 (Imagem: Linkedin/Vale)

A Vale iniciou o protocolo de emergência nível 2 da barragem Norte/Laranjeiras da mina de Brucutu, em Barão de Cocais. Com isso, a mineradora realizará, de forma preventiva, a remoção de residentes em áreas próximas.

A companhia ressaltou que a barragem não recebe rejeitos e, portanto, não faz parte do seu plano de produção de minério de ferro desde o fim do ano passado.

Segundo a XP, a paralisação da barragem também não traz impactos relevantes para as ações.

“Acreditamos em uma reação neutra das ações, pois os preços de minério de ferro podem reagir positivamente e por se tratar de uma barragem que não recebe rejeitos, ou seja, sua paralisação não impacta a produção”, explicou Pereira.

A XP reforçou a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 85.