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Vale, CSN e Usiminas: quem gera mais caixa (e mais dividendos) se o ferro cair para US$ 75?

21 set 2021, 13:24 - atualizado em 21 set 2021, 13:24
Minerio de ferro
Mesmo negociado a US$ 100 por tonelada, o minério de ferro negocia acima da média histórica (Imagem: REUTERS/Muyu Xu)

Após bater recorde histórico de mais de US$ 200 por tonelada, o minério de ferro derreteu tão rápido como subiu. Hoje ele está em torno de US$ 90.

Mesmo nesse patamar, a commodity negocia acima da média histórica, como mostra o gráfico abaixo: 

De acordo com a Ágora Investimentos, em relatório enviado a clientes, os dados mais fracos da China já preocupavam o mundo.

Agora, com a Evergrande, mais incertezas turvaram as perspectivas da demanda, dados os potenciais efeitos colaterais no mercado imobiliário e no sistema financeiro chinês (o mercado imobiliário é responsável por cerca de 35% do consumo de aço da China).

“Por enquanto, não esperamos uma queda relevante na demanda por aço e mantemos nosso caso base de queda de 1% na produção de aço na China em 2022, o que ainda implicaria em fundamentos do mercado de minério de ferro saudáveis, com preços oscilando em torno de US$ 100-120 /tonelada”, apontam os analistas Thiago Lofiego e Luiza Mussi.

Mesmo assim, a dupla traçou o cenário para as maiores empresas do setor, como Vale (VALE3), CSN (CSNA3), CSN Mineração (CSNA3) e Usiminas (USIM5), no caso do minério de ferro despencar para US$ 75.

Foram calculados o Ebitda, que mede o resultado operacional, e a geração de caixa, que está diretamente ligado ao pagamento de dividendos

Veja a seguir:

Vale

No caso da Vale, os analistas calculam que se o minério de ferro cair para abaixo de US$ 75 para 2022 e câmbio à vista, a Vale geraria US$ 15,5 bilhões em Ebitda e US$ 4 bilhões em FCF (Fluxo de Caixa Livre), negociando a 6,5x EV/Ebitda (Valor da Firma sobre Resultado Operacional) 2022 com um rendimento FCF de 5%.

CSN

Sob uma estimativa média de minério de ferro de US$ 75 para 2022 e câmbio à vista, a CSN geraria cerca de R$ 17 bilhões em Ebitda e cerca de R$ 6 bilhões em FCF, negociando a 2,6x EV/Ebitda 2022 com um rendimento FCF de 14%.

CSN Mineração

Sob uma estimativa média de minério de ferro de US$ 75 para 2022 e câmbio à vista, a CSN Mineração geraria R$ 6 bilhões em Ebitda e nenhum FCFE (dado os investimentos para o crescimento), negociando a 5,7x EV/Ebitda em 2022.

Usiminas

Sob uma estimativa média de minério de ferro de US$ 75 para 2022 e câmbio à vista, a Usiminas geraria R$ 8,7 bilhões em Ebitda e R$ 4,6 bilhões em FCF, negociando a 1,6x EV/Ebitda 2022 com um rendimento FCF de cerca de 27%.

Quem escolher?

Na visão da dupla, a Usiminas é a melhor escolha para enfrentar esse cenário adverso, já que os riscos de baixa parecem estar totalmente precificados, na visão dos especialistas.

“CSN e Usiminas, como siderúrgicas integradas, estão relativamente melhor equipadas para enfrentar uma deterioração nos preços do minério de ferro em comparação com os players de minério de ferro puro, enquanto o recente desempenho inferior das ações implica em maior assimetria”, afirmam. 

A recomendação é de compra para Usiminas e preço-alvo de R$ 34, “pois acreditamos que a avaliação já embute um cenário muito negativo em 2022”, completam.

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