Vale cai com minério em baixa e deterioração de US$ 3,2 bilhões
As ações da Vale (VALE3) são negociadas com perdas durante a manhã desta quarta-feira na B3. O dia é marcado pela forte queda do preço do minério de ferro na China e também pelos desdobramentos do anúncio, ontem, de impairment (deterioração) de cerca de US$3,2 bilhões no 4º trimestre em carvão e metais básicos.
Desta forma, por volta das 11h44, os papéis perdiam 1,25% a R$ 57,03.
No caso de metais básicos, responsável por metade da baixa contábil total, a ação foi necessária após uma revisão das operações da Nova Caledônia, disse a empresa em fato relevante.
A Vale reduziu os níveis esperados de produção ao longo da vida útil remanescente da mina e registrará um impairment de cerca de 1,6 bilhão de dólares no trimestre, de um total de aproximadamente 3 bilhões de ativos nessas operações, afirmou.
“A revisão anual dos ativos da companhia na Nova Caledônia será concluída até fevereiro de 2020 e ajustes adicionais que necessitam ser implementados estão em avaliação e, consequentemente, impairments adicionais que podem impactar o ano fiscal de 2019 não podem ser descartados ainda”, afirmou.
Já no caso do carvão, responsável pelos outros 1,6 bilhão de dólares em impairment, a Vale identificou que sua expectativa de yield do carvão metalúrgico e térmico mudou desde a concepção do projeto, principalmente devido a problemas técnicos apresentados no projeto e nas operações.
Para a Mirae Asset, dados os eventos que aconteceram ao longo do ano com a Vale, como o acidente de Brumadinho, esse impairment não terá efeito caixa e portanto, se é para fazer esse evento, assim, eles acreditam que 2019 seja o período ideal, já que o resultado anual está contaminado com as perdas e provisões de Brumadinho e preservará o resultado de 2020, que deverá voltar a mostrar forte crescimento, com significativo volume de dividendos.
Minério de Ferro
Pelo segundo dia consecutivo, a jornada desta quarta-feira foi marcada por queda nos preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias de Dalian, na China. No entanto, desta vez as perdas foram mais expressivas, de 2,14% a 641,50 iuanes por tonelada, nos casos dos ativos com data de vencimento em janeiro de 2020, o de maior volume de negócios. Isso representa uma variação de 14 iuanes em relação aos 655,50 iuanes do valor de liquidação registrado na véspera.
No mesmo sentido a sessão também foi negativa para os papéis futuros do vergalhão de aço, operados na também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai. O contrato de maior liquidez, para janeiro do próximo ano, cedeu 45 iuanes para 3.596 iuanes por tonelada. Já os de maio, segundo em volume, perdeu 14 iuanes para 3.360 iuanes por tonelada.