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Vale aumentará produção para nível pré-Brumadinho, garante ministro de Minas e Energia

24 jan 2020, 7:21 - atualizado em 24 jan 2020, 7:21
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A maioria dos analistas prevê preços mais baixos para o minério de ferro ao longo deste ano (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

A produção de minério de ferro da Vale (VALE3) deste ano deve retornar ao nível recorde alcançado antes do rompimento da barragem em Brumadinho em 2019, que suspendeu operações e levou a acusações criminais.

Essa é a mensagem do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em entrevista em Nova Déli.

Segundo Albuquerque, em 2020 a Vale vai recuperar a produção atingida antes do desastre e aumentará o volume produzido para o próximo ano, de acordo com o plano de negócios da mineradora.

A maioria dos analistas prevê preços mais baixos para o minério de ferro ao longo deste ano, em parte devido à recuperação da capacidade da Vale, aliviando o aperto da oferta que afetou o mercado no ano passado.

Segundo Albuquerque, em 2020 a Vale vai recuperar a produção atingida antes do desastre e aumentará o volume produzido para o próximo ano (Imagem: Marcos Corrêa/PR)

Os preços em Cingapura, que atingiram o maior nível em cinco anos em meados de 2019, acumulam queda superior a 20% desde então em meio ao melhor cenário para a oferta.

A Vale produziu um recorde de 385 milhões de toneladas de minério de ferro em 2018 e estava prestes a aumentar a produção para cerca de 400 milhões no ano passado antes do rompimento de uma barragem de rejeitos em Brumadinho, Minas Gerais.

Escrutínio

A tragédia desencadeou um escrutínio regulatório mais rígido das atividades da Vale, obrigando a empresa a suspender operações com 93 milhões de toneladas de capacidade, o que provocou uma disparada dos preços.

Após a tragédia de Brumadinho, a mineradora foi obrigada a suspender operações com 93 milhões de toneladas de capacidade (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

O incidente também levou a acusações de homicídio contra executivos, incluindo Fabio Schvartsman, presidente da mineradora na época do desastre.

Embora algumas operações tenham sido retomadas, a Vale disse em outubro que 50 milhões de toneladas de capacidade permanecem interrompidas e a previsão é de que sejam reiniciadas até 2021.

A empresa não respondeu imediatamente a um pedido enviado por e-mail fora do horário comercial para comentar os planos.

É improvável que a tragédia da barragem cause danos duradouros à indústria de mineração brasileira, disse Albuquerque.

Barragens Vale Brumadinho
Embora algumas operações tenham sido retomadas, a Vale disse em outubro que 50 milhões de toneladas de capacidade permanecem interrompidas; retomada em 2021 (Imagem: Reuters/Washington Alves)

As barragens da Vale que romperam em Mariana, em 2015, e em Brumadinho, no ano passado, haviam sido construídas há mais de 50 anos e estavam em processo de descomissionamento, disse. O governo proibiu a construção de tais barragens.

Compensação

As práticas de mineração no Brasil são sustentáveis e a produção de mineração do país deve crescer, segundo Albuquerque.

O ministro destacou que o setor de mineração responde por 4% do PIB e 21% do comércio do país e, em sua opinião, esse volume aumentará nos próximos anos.

Quando perguntado se a mineradora terá que pagar mais multas para compensar os danos causados pelo rompimento das barragens em seus locais de mineração, o ministro disse que cabe aos tribunais decidirem essa questão. A Vale e as autoridades brasileiras estão conversando sobre as indenizações, afirmou.

A empresa registrou US$ 6,3 bilhões em despesas relacionadas ao rompimento da barragem em Brumadinho nos três primeiros trimestres de 2019.

Segundo Albuquerque, no final desse processo, a Vale vai pagar “o que tem que pagar”. Ele destacou que a mineradora pagou muitas multas e indenizações e que agora reiniciará a produção.

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