Vale atrapalha tentativa de recuperação do Ibovespa em dia de privatização da Eletrobras
O Ibovespa encontrava dificuldade para reagir nesta quinta-feira, após quatro quedas seguidas, novamente pressionado pelo declínio da Vale, além da manutenção dos receios com a proposta de desoneração dos combustíveis no Brasil.
Eletrobras, por sua vez, avançava cerca de 3% e era destaque positivo antes da precificação da oferta de ações que privatizará a maior companhia de energia elétrica da América Latina.
Às 11:46, o Ibovespa caía 0,32%, a 108.015,74 pontos. Mais cedo, no pior momento, caiu a 107.295,48 pontos. Na máxima, chegou a 108.510,31 pontos. O volume financeiro somava 7,5 bilhões de reais.
Apesar de um esperado alívio na inflação no curto prazo, as medidas para desoneração de combustíveis devem provocar um aumento importante nos gastos federais, e tal perspectiva tem corroborado a percepção de aumento do risco fiscal do país.
“O aumento do risco fiscal diminui o apetite dos investidores por ativos brasileiros, diminui o fluxo de recursos externos para o país”, afirmou a Genial em nota a clientes.
Além disso, a Petrobras alertou na véspera que há possibilidade de o mercado global de óleo diesel ficar mais pressionado nos próximos meses.
Nem a desaceleração mais forte do que o espero do IPCA em maio era suficiente para animar o mercado.
O cenário externo corroborava a hesitação na bolsa, com o Banco Central Europeu sinalizando que vai promover sua primeira alta de juros desde 2011 no mês que vem, enquanto elevou projeções de inflação, mas cortou de crescimento.
Em Wall Street, preocupações em torno da inflação e com a trajetória para o aumento dos juros minavam o apetite ao risco antes de um dado relevante de preços norte-americanos previsto para a sexta-feira.
Destaques
Eletrobras (ELET3) subia 2,9% antes da precificação da oferta de capitalização nesta quinta-feira, com fontes afirmando à Reuters que a demanda está perto de 70 bilhões de reais, duas vezes o valor projetado para a oferta.
Vale (VALE3) caía 2,55%, acompanhando o declínio dos futuros de minério de ferro em Dalian e Cingapura, em meio a receios com lucros fracos de siderúrgicas chinesas e novos alertas de Covid-19 em Xangai e Pequim.
CVC (CVCB3) perdia 2,6%, após a operadora de turismo afirmar que avalia oferta primária de ações e que engajou bancos, de olho em recursos para crescer conforme vê gradual recuperação no setor.
Inter (BIDI11) avançava 3,2%, em sessão sem tendência única para ações de bancos, com Itaú (ITUB4) cedendo 0,8%. Bradesco (BBDC4) subia 0,7%.
Petrobras (PETR4) tinha um declínio de 0,6%, em sessão de variações comportadas dos preços do petróleo no exterior. A estatal também voltou a defender sua política de preços de combustíveis.
PagSeguro (PAGS) desabava 16,4% em Nova York, mesmo após a empresa de pagamentos e banco digital ter alta de 29% no lucro líquido do primeiro trimestre, com reforço da base de clientes e na expansão das receitas devido a maiores vendas de produtos financeiros. Também negociada em NY, StoneCo (STNE) caía 7,86%. No Brasil, Cielo (CIEL3) subia 0,8%.
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