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Vale atinge menor valor desde abril; governo estuda afastar diretoria, diz Mourão

28 jan 2019, 14:33 - atualizado em 28 jan 2019, 14:33

Vale

Por Investing.com – A punição do mercado à Vale pelo estouro da barragem em Brumadinho continua na tarde desta segunda-feira na bolsa paulista e nas ADRs negociadas em Nova York, precificando a incerteza em relação ao impacto financeiro nos caixas das principais empresas envolvidas em meio a notícias da possibilidade de mudança da diretoria em estudo pelo governo, segundo o vice-presidente Hamilton Mourão a jornalistas.

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A Vale (VALE3) despencava 23,62% a R$ 42,89 às 14:06, após iniciar o dia em leilão que derrubou, em 20 minutos, as ações da mineradora em 19% a R$ 45,07. O volume negociado era de R$ 13,2 bilhões, o maior de um papel em um único dia na história do Ibovespa. É a menor cotação desde abril de 2018. Na quinta-feira, o ativo fechou a R$ 56,15.

A bolsa de NY já tinha apontado para o tombo nos ativos da empresa e a ADR recuou 8,1% na sexta-feira, prosseguindo nesta segunda-feira com queda de 16,40%.

O vice-presidente Mourão, que exerce a Presidência com a cirurgia do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o grupo de crise instalado pelo governo para avaliar os impactos do rompimento da barragem em Brumadinho estuda a mudança da diretoria da Vale.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abre processo para investigar comunicação da Vale sobre o acidente, de acordo com o jornal Valor Econômico. A autarquia vai analisar a atuação da mineradora em relação à divulgação de informações ao mercado sobre o rompimento da barragem. A recomendação da CVM é de as empresas devem ser pró-ativas com a divulgação e disseminação de qualquer fato relevante relacionado ao negócio da companhia. Segundo o Valor, o rompimento da barragem começou a aparecer na imprensa por volta das 13h00 na sexta-feira. O primeiro comunicado da mineradora foi às 15h30.

Os investidores também repercutem a pressão sobre o caixa da companhia para indenizar, cobrir multas e reconstruir a área. A Justiça já bloqueou R$ 11 bilhões da companhia, cerca de 40% da disponibilidade comunicada no último balanço. A empresa busca financiamento adicional com bancos para garantir estabilidade.

O mercado ainda precifica a suspensão dos dividendos e juros sobre o capital próprio e do programa de recompra de ações anunciados hoje. Há dúvidas ainda sobre a capacidade da empresa de seguir no plano desenhado pela equipe comandada por Fabio Schvartsman de crescimento e pagamento de proventos.

A Bradespar (BRAP4), maior acionista individual da Vale, também sente a pressão com o rompimento da barragem que já deixou 58 mortos confirmados, além de 305 desaparecidos. O papel afunda 19%.

Resseguradora do contrato que abrange Brumadinho, o IRB Brasil (IRBR3) recua 1,5% a R$ 86,66. Outras seguradoras também recuam com incertezas sobre eventuais custos relacionados ao rompimento da barragem e danos a imóveis e automóveis da região. SulAmérica cede 2%, enquanto a Porto Seguro (PSSA3) recua 1,5%.

Pressionado pelo pessimismo provocado pela Vale e o recuo do petróleo, o Ibovespa cede 1,9% a 95.808 pontos.

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