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Vale aposta em bolhas para reduzir custo de transporte marítimo

30 jun 2021, 17:00 - atualizado em 30 jun 2021, 17:00
Navio mineraleiro
A primeira embarcação equipada com o sistema de lubrificação a ar deve chegar às águas brasileiras em agosto, vinda da China (Imagem: Vale/Divulgação via REUTERS)

Pequenas bolhas são a nova aposta para reduzir os custos dos combustíveis e emissões ao longo da jornada de mais de 13 mil milhas náuticas entre as minas de minério de ferro no Brasil até as siderúrgicas na China.

A Vale (VALE3), segunda maior exportadora de minério de ferro do mundo, testa uma técnica em que compressores enviam ar para dispositivos posicionados sob os navios, formando um tapete de bolhas que reduz o atrito entre o casco e a água. A primeira embarcação equipada com o sistema de lubrificação a ar deve chegar às águas brasileiras em agosto, vinda da China.

A empresa busca reduzir custos e reduzir o desconto dado às suas ações em relação às rivais Rio Tinto e BHP. Ao mesmo tempo, a Vale intensifica os esforços ambientais, sociais e de governança após os recentes desastres em barragens de rejeitos em meio à batalha mundial para reduzir os gases de efeito estufa. O transporte marítimo de minério da Vale gera 18 milhões de toneladas de emissões de carbono por ano.

Projetado pela britânica Silverstream Technologies, o sistema de lubrificação a ar deve diminuir o uso de combustíveis em pelo menos 5% a 8%, com redução potencial das emissões de 4,4%, ou 860 mil toneladas de CO2 por navio, disse Rodrigo Bermelho, gerente técnico de navegação da Vale.

A instalação do sistema pela Vale no primeiro navio na China levou 35 dias e custou US$ 5 milhões. Se o teste for bem-sucedido, a empresa cogita instalar a lubrificação a ar em toda a frota contratada, possivelmente compartilhando os custos com proprietários.

Como parte de seu compromisso com as metas de emissões da Organização Marítima Internacional, a Vale também testa a tecnologia de vela rotativa em grandes navios, bem como um tanque multicombustível capaz de armazenar e usar gás natural liquefeito, metanol e amônia como combustíveis marítimos alternativos.

“O transporte marítimo representa aproximadamente metade dos nossos custos da mina ao cliente”, disse Bermelho. “É um elo estratégico da nossa rede.”

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