Vale prevê propostas vinculantes por ativos de carvão em novembro, diz CFO
A mineradora Vale (VALE3) deverá receber em novembro ofertas vinculantes pela sua mina de carvão Moatize, em Moçambique, enquanto busca eliminar esse mineral de seu portfólio em meio a iniciativas para reduzir emissões.
A venda do negócio de carvão deve ser realizada antes mesmo de ele ter atingido suas metas de produção, afirmou nesta sexta-feira o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Luciano Siani.
Os ativos de carvão foram alvo de uma baixa contábil de quase 2 bilhões de dólares no terceiro trimestre, o que contribuiu com um lucro líquido menor para o período.
Siani reconheceu que Moatize não performou ainda nos patamares de produção que a empresa vinha prometendo, mas explicou que a baixa contábil foi realizada devido aos planos de venda, vislumbrando ganhos adiante.
“Nós optamos pelo caminho mais conservador, de zerar o valor (do ativo). Aí, provavelmente, quando realizar a venda, você vai registrar o lucro, uma vez conhecido o preço real”, disse o executivo, durante teleconferência com analistas de mercado sobre os resultados trimestrais.
“Nós já tivemos algumas propostas indicativas para a venda do negócio, estamos aguardando para o início de novembro as propostas binding (vinculantes).”
Siani pontuou que a Vale se viu diante de duas opções: manter o ativo por mais 12 ou 24 meses, para que pudesse atingir a meta de produção, e demonstrar sua viabilidade no longo prazo, ou vendê-lo logo.
“Nós não queremos aguardar, por inúmeras razões, a Vale não quer mais ser dona de ativo de carvão“, ressaltou.
A mineradora tem traçado inúmeros compromissos, que visam objetivos ambiciosos relacionados ao meio ambiente e governança.
Siani pontuou que seria especulação falar em possível valores de venda neste momento. Mas adiantou que a empresa não deverá abrir mão de valor, embora esteja vendendo ainda um “plano e não uma realidade”.
“Provavelmente, uma possível venda vai ter o que a gente chama de ‘earn-out’, onde esse ‘earn-out’ provavelmente estará relacionado a preço… e também a volume”, afirmou.
Tal estrutura permitiria que a empresa possa ganhar parte do preço com base no desempenho do negócio após a aquisição, uma vez que a Vale acredita no potencial do ativo no longo prazo.