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Vale acumula mais um trimestre sólido, e dividendos devem render 6%

27 abr 2021, 14:24 - atualizado em 27 abr 2021, 14:27
Vale Mineração Empresas
Considerando um minério de ferro médio de US$ 135 por tonelada no ano, o retorno mínimo com dividendos da Vale deve chegar a 6% (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Com um resultado de respeito no primeiro trimestre deste ano, a mineradora Vale (VALE3) só reforça sua posição no radar dos investidores em meio ao aumento demanda global por commodities, sobretudo o minério de ferro.

A companhia superou a projeção de lucro líquido de US$ 5 bilhões da Refinitiv, e lucrou no intervalo de janeiro a março US$ 5,5 bilhões, um salto na comparação com os US$ 239 milhões do mesmo período do ano passado, conforme divulgou a companhia na véspera (26) ao mercado.

Para a XP Investimentos, os fortes números da Vale já estão precificados após a divulgação do relatório de produção.

“Em nossa opinião, a realização mais forte de preços no segmento de minério de ferro, com US$ 155,5 por tonelada, alta de 20% no intervalo de um ano, compensou parcialmente os menores volumes de vendas, que somaram 68 milhões toneladas, recuo de 19% no trimestre”, apontam os analistas Yuri Pereira e Thales Carmo, que assinam o relatório da corretora.

A XP reitera recomendação de compra aos papéis da Vale, com preço-alvo de R$122 por ação até o final do ano.

“Para 2021, esperamos um retorno mínimo com dividendos de 6%, considerando um minério de ferro médio de US$ 135 por tonelada no ano”, concluem.

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Mais geração de caixa, mais dividendos

Um excesso significativo de geração de caixa ainda não está refletido no patrimônio da Vale (Imagem: Reuters/Washington Alves)

Como esperado, os preços mais vantajosos do minério atenuaram a queda sazonal dos volumes da Vale, avalia o Safra.

“O Ebitida (lucro antes de impostos) 4% menor que nossas expectativas no trimestre, não altera nossa visão positiva do papel, que continua apreciando o mercado de minério aquecido, implicando em maior geração de caixa e potencialmente dividendos mais atrativos”, revela o analista Conrado Vegner, que recomenda a compra da ação.

A Vale encerrou o primeiro trimestre com posição de caixa de US$ 2,1 bilhões, montante US$ 1,2 bilhão maior que no último trimestre de 2020, o que reflete a intensa geração de caixa no período.

Mais otimista ainda com a mineradora, a Ágora Investimentos sinaliza que os resultados, apesar de  robustos, não devem ser um fator determinante para a ação.

“No futuro, acreditamos que o programa de recompra continuará a fornecer suporte às ações, enquanto os preços persistentemente altos do minério de ferro implicam em um excesso significativo de geração ainda não refletido no patrimônio da Vale”, concluem os analistas Thiago Lofiego e Luiza Mussi.

A Ágora reafirma a recomendação de compra das ações da Vale, com preço-alvo de R$ 133 por papel até o final do ano.